quarta-feira, 7 de março de 2012

ONGs acusam governo de retrocesso na área ambiental.

UIRÁ MACHADO DE SÃO PAULO

Um grupo de entidades de proteção ao meio ambiente divulga hoje manifesto no qual acusa o governo Dilma Rousseff de promover o maior retrocesso na agenda ambiental desde o final da ditadura militar (1964-1985).

Puxada pela reformulação do Código Florestal, a lista de problemas apontados pelas ONGs inclui a interrupção da criação de unidades de conservação ambiental e a redução de áreas de preservação.

O texto será divulgado em São Paulo, e deve contar com a presença da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Durante o governo Lula, Marina travou disputa interna com a então colega Dilma Rousseff (que ocupou Minas e Energia e Casa Civil) em temas ambientais.

O grupo de ONGs -que reúne algumas das maiores que atuam com a causa verde- critica, entre outras coisas, a diminuição de poderes de órgãos como o Ibama (instituto brasileiro do meio ambiente).

"Desde a ditadura, nunca se fez tão pouco em termos de preservação ambiental, demarcação de terras indígenas, áreas quilombolas, saneamento", diz Márcio Santilli, ex-presidente da Funai e sócio-fundador do ISA (Instituto Socioambiental).

Para as ONGs, o Brasil passará por "constrangimento" na Rio+20, a Conferência da ONU para debater desenvolvimento sustentável, que ocorre no Brasil em junho.

Segundo André Lima, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e ex-diretor do Ministério do Meio Ambiente na gestão Lula, o atual governo está desconstruindo os avanços socioambientais conquistados em quase três décadas.

"Estudos do Ipam mostram que a presença do Ibama é determinante para contenção do desmatamento."

Para Paulo Barreto, da ONG Imazon, governos anteriores "sempre barravam iniciativas do Congresso que atentavam contra o meio ambiente", o que não ocorreria agora.

O presidente da fundação SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, diz que o manifesto representa uma verdadeira iniciativa de oposição fora do quadro partidário.

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