UIRÁ MACHADO DE SÃO PAULO
Um grupo de entidades de proteção ao meio ambiente divulga hoje manifesto no qual acusa o governo Dilma Rousseff de promover o maior retrocesso na agenda ambiental desde o final da ditadura militar (1964-1985).
Puxada pela reformulação do Código Florestal, a lista de problemas apontados pelas ONGs inclui a interrupção da criação de unidades de conservação ambiental e a redução de áreas de preservação.
O texto será divulgado em São Paulo, e deve contar com a presença da ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Durante o governo Lula, Marina travou disputa interna com a então colega Dilma Rousseff (que ocupou Minas e Energia e Casa Civil) em temas ambientais.
O grupo de ONGs -que reúne algumas das maiores que atuam com a causa verde- critica, entre outras coisas, a diminuição de poderes de órgãos como o Ibama (instituto brasileiro do meio ambiente).
"Desde a ditadura, nunca se fez tão pouco em termos de preservação ambiental, demarcação de terras indígenas, áreas quilombolas, saneamento", diz Márcio Santilli, ex-presidente da Funai e sócio-fundador do ISA (Instituto Socioambiental).
Para as ONGs, o Brasil passará por "constrangimento" na Rio+20, a Conferência da ONU para debater desenvolvimento sustentável, que ocorre no Brasil em junho.
Segundo André Lima, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e ex-diretor do Ministério do Meio Ambiente na gestão Lula, o atual governo está desconstruindo os avanços socioambientais conquistados em quase três décadas.
"Estudos do Ipam mostram que a presença do Ibama é determinante para contenção do desmatamento."
Para Paulo Barreto, da ONG Imazon, governos anteriores "sempre barravam iniciativas do Congresso que atentavam contra o meio ambiente", o que não ocorreria agora.
O presidente da fundação SOS Mata Atlântica, Roberto Klabin, diz que o manifesto representa uma verdadeira iniciativa de oposição fora do quadro partidário.
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