quinta-feira, 16 de maio de 2013

ONU: MUNDO TEM QUE ACORDAR APÓS BATER BARREIRA PERIGOSA SOBRE CO2.



Alerta foi feito pela chefe da Convenção sobre Mudança Climática, Christiana Figueres; segundo ela, o lançamento de 400 partículas por milhão de dióxido de carbono na atmosfera coloca em risco segurança humana e desenvolvimento econômico

As Nações Unidas fizeram um alerta à comunidade internacional, nesta segunda-feira, após o mundo ter ultrapassado, o que é considerado uma “barreira perigosa” nos níveis de emissão de dióxido de carbono.

De acordo com a Convenção da ONU sobre Mudança Climática, Unfccc, a concentração global de CO2 na atmosfera atingiu 400 partículas por milhão (ppm, na sigla em inglês).

Segurança

Em comunicado, a chefe da Convenção, Christiana Figueres, disse que “é hora de o mundo acordar e entender o que isso significa para a segurança humana, o bem estar e o desenvolvimento econômico.”

Para Figueres, é preciso intensificar a resposta à mudança climática por todas as partes da sociedade.

Entre 3 e 14 de junho, ocorrerá em Bonn mais uma rodada de negociações sobre o tema. As atenções agora estão voltadas para um novo acordo sobre o clima global e uma iniciativa de ação imediata.

Para a Convenção das Nações Unidas, ao romper a barreira de 400 ppm de dióxido de carbono na atmosfera, o mundo entra numa “zona perigosa”.

Fonte: Rádio ONU

terça-feira, 16 de abril de 2013

A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS.



Prefeitos de todo o Brasil, fiquem atentos ao que prevê a Lei Nacional de Resíduos Sólidos.
 
Até agosto de 2014 os cerca de 2.810 municípios brasileiros, mais da metade do país, que não tratam adequadamente os seus resíduos terão obrigatoriamente de mudar essa triste realidade de consequências nefastas por meio de contaminação do solo, da água, além de contribuir com a disseminação de doenças. Enfim, prejuízos diversos à qualidade de vida das pessoas e ao meio ambiente.
 
Estudo do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – divulgado pelo Estadão (edição de 27 de março) constatou a existência de 2.906 lixões ainda em funcionamento Brasil afora. O problema mais grave foi encontrado em pequenos municípios nordestinos, mas de modo geral afeta todas as regiões do país.
 
Sem dúvida, é preciso uma ação enérgica dos administradores públicos e também muito dinheiro, pois segundo a Confederação Nacional dos Municípios, serão necessários investimentos de ao menos 70 bilhões de reais para dar conta da tarefa de transformar lixões em aterros sanitários (locais adequados para o correto descarte de resíduos). Mas trabalhar com a máxima de “deixar como está para ver como fica”, talvez não seja o melhor caminho a ser trilhado pelos prefeitos.
 
Ministério Público na cola
 
E o que está ruim pode ficar ainda pior para os gestores públicos que dão de ombros para o problema. A Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público anunciou que dará prioridade ao tema e irá orientar seus promotores a vistoriar o cumprimento da lei nas cidades em que atuam. (Estadão, 27/03)
 
É bom lembrar que a ameaça pode servir como alerta, mas nada diferente do que já prevê a lei. As prefeituras que simplesmente não acabarem com seus lixões e não implantarem a coleta seletiva (outro grande desafio para as cidades brasileiras), nos prazos determinados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, estarão sujeitas a processos por improbidade administrativa.
 
E antes que os do contra afirmem terem os prefeitos outras prioridades, basta dizer que nas cidades de porte médio, a gestão do lixo, ou melhor, a gestão dos resíduos, representa o terceiro item de despesas do município. E, nas pequenas, as que possuem menos de 50 mil habitantes, é o primeiro item de gastos no orçamento, segundo informou Samyra Crespo, secretária da Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
 
Plano de Gestão de Resíduos
 
A lei também previa a entrega, por todos os municípios do país, de seus planos de gestão de resíduos, em agosto de 2012. Segundo o Ministério do Meio Ambiente havia registrado na época, por volta de 560 municípios, ou 10% do total das cidades brasileiras, concluíram e entregaram esses planos. Os municípios que perderam o prazo não terão direito a receber recursos federais e renovar novos contratos com a esfera federal para o setor. Mesmo aqueles municípios que entregaram seus planos no prazo tiveram, em diversos casos, a devolução do projeto por falta de consistência.
 
A baixa adesão das cidades pode parecer simples descaso, mas conforme pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) com cerca de 400 municípios, o problema se deve muito à falta de pessoal qualificado para atender aos requisitos previstos na lei. Afinal, para quem achava que para cuidar do lixo bastava um terreno grande para o seu envio e descarte, a lei veio para colocar ordem e mudar um cenário cada vez mais criminoso e urgente. O lançamento indiscriminado de materiais perigosos e contaminantes sem cuidado ou tratamento compromete o futuro e a saúde das pessoas, entre os seus principais e nefastos resultados.
 
O problema dos lixões nas cidades brasileiras é apenas um exemplo de inúmeras situações de insustentabilidade que sempre foram tratadas como questões secundárias ou mesmo sem importância.
 
É preciso que se entenda de uma vez por todas, que a discussão sobre sustentabilidade há muito tempo deixou a seara puramente ambiental e até mesmo romântica em relação à preservação da natureza.
 
Sustentabilidade hoje deve ser debatida não como uma alternativa possível ou não de ser implementada, mas apenas o como podem e devem ser introduzidos seus conceitos em todas as instâncias da vida, seja ela pública ou privada.
 
Gestão de resíduos, mobilidade urbana, saúde pública, preservação ambiental, consumismo são alguns entre tantos temas que dependem de ações concretas para a construção de um futuro mais justo, equilibrado e sustentável. A demora em agir, como no caso descrito nessas linhas, resultarão em punições para alguns e, o que é pior, grande sofrimento para os mais necessitados. Como sempre a famosa corda vai arrebentar do lado mais fraco.
 
 Autor: Reinaldo Canto*   -   Fonte: Mercado Ético

* Reinaldo Canto é jornalista especializado em Sustentabilidade e Consumo Consciente e pós-graduado em Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento. Passou pelas principais emissoras de televisão e rádio do País. Foi diretor de comunicação do Greenpeace Brasil, coordenador de comunicação do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente e colaborador do Instituto Ethos. Atualmente é colaborador e parceiro da Envolverde, professor em Gestão Ambiental na FAPPES e palestrante e consultor na área ambiental.

sábado, 13 de abril de 2013

OMS: POLUIÇÃO DO AR MATA MAIS DE 6 MILHÕES DE PESSOAS POR ANO.



Organização Mundial da Saúde classifica a poluição atmosférica como um dos maiores perigos à humanidade e recomenda o fortalecimento do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e investimentos em energias renováveis

O governo chinês investirá 100 bilhões de Yuan (US$ 16 bilhões) nos próximos três anos para lidar com a poluição do ar em Pequim. Para se ter ideia, desde o início de 2013 mais dias foram classificados como “insalubres” e “perigosos” na capital chinesa do que “razoáveis”.

A China é um dos exemplos do futuro que nos espera se nada for feito para reduzir as emissões de poluentes das atividades humanas. Mas a realidade atual pode ser ainda pior do que imaginávamos.

“Nossas estimativas mostram que 3,5 milhões de mortes prematuras acontecem todos os anos por causa da poluição dentro das casas e outras 3,3 milhões pela poluição do ar nas ruas”, afirmou Maria Neira, diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O alerta foi feito durante a mais recente reunião da Coalizão do Clima e do Ar Limpo  (CCAC) do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA), que foi realizada no último fim de semana em Paris.

O cenário apresentado pela OMS no encontro é desolador, com a poluição do ar matando mais pessoas do que a AIDS e a Malária juntas, por exemplo. 

A situação mais preocupante é a da África, onde milhões de pessoas ainda queimam madeira ou outros combustíveis dentro de suas casas para a obtenção de calor e iluminação, resultando em famílias inteiras desenvolvendo problemas respiratórios devido à fuligem. Já na Ásia e na América Latina, o grande problema é a poluição nas grandes cidades, causada pelos veículos e atividades industriais. 

“A poluição do ar é um dos maiores problemas de saúde pública do planeta, um problema que foi subestimado no passado. O pior é que a situação parece estar piorando graças ao aumento do uso dos combustíveis fósseis”, declarou Maria.

De acordo com a CCAC, os poluentes climáticos de vida curta (SLCPs, na sigla em inglês), como o carbono negro e o metano, são os principais vilões não apenas da saúde pública, mas também das mudanças climáticas. Os SLCPs são emitidos por diversas fontes, mas são principalmente resultado da queima de combustíveis fósseis.

Para a CCAC é preciso reduzir drasticamente e rapidamente essas emissões através da utilização de novas tecnologias, como filtros e modelos mais recentes de fornos e fornalhas. Outra medida considerada essencial seria o incentivo aos investimentos em energias renováveis.

“Se aumentarmos o acesso à energia limpa, os benefícios para a saúde seriam enormes. Não vemos esse argumento sendo usado frequentemente, mas está claro que preservar a vida humana é um dos fatores que devemos levar em conta para justificar os investimentos em energias como a solar e a eólica”, disse Maria.

Durante o encontro em Paris, foi deixado claro que o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo da ONU (MDL) possui um papel importante a cumprir e deveria ser fortalecido.

O MDL funciona assim: iniciativas em países em desenvolvimento que reduzam as emissões recebem créditos, as Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), que podem ser comercializadas com os países ricos signatários do Protocolo de Quioto ou com qualquer outra nação que possua metas de emissão e aceite as RCEs como uma de suas “moedas”.

Em setembro do ano passado, o MDL comemorou a marca de um bilhão de toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidas graças a seus projetos. 

Atualmente existem mais de 4.500 projetos de 75 países registrados. São iniciativas que vão desde a substituição de fornos à lenha por modelos mais limpos e eficientes à aplicação de tecnologias que diminuem as emissões de gases do efeito estufa na geração de energia.  

Porém, a ferramenta foi vítima do problema do excesso de créditos de carbono nos mercados mundiais - causado principalmente pela crise europeia, que diminuiu a demanda por créditos - e hoje cada uma de suas RCEs vale menos de US$ 1. Um valor baixo demais para incentivar o desenvolvimento de novos projetos. 

Segundo a CCAC é preciso elevar esse preço, mas não foram apresentados os meios para que isso seja feito. 

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

quinta-feira, 4 de abril de 2013

MÍSTICA, ÉTICA E ECO-SOFIA...




Há estreito vínculo entre religião e ecologia. Os calendários litúrgicos refletem os ciclos da natureza. Toda religião expressa o contexto ambiental que lhe deu origem.

Os hebreus e, em geral, os povos semitas, viviam em regiões inóspitas, desérticas, o que os levou a desenvolver o senso do sagrado centrado na transcendência. Onde a natureza é exuberante, como nos trópicos, se acentuou a imanência do sagrado. Todo o entorno geográfico e climático influi na relação religiosa que se tem com a natureza.

O cristianismo teve sua origem em áreas urbanas. Via a natureza a distância, como algo estranho e adverso. A palavra pagão, que englobava todos os não cristãos, significa etimologicamente habitante do campo.

Todas as tradições religiosas indígenas mantêm estreito vínculo com a natureza. São teocósmicas, o divino se manifesta no cosmo e em seus componentes, como a montanha (Pachamama). Hinduísmo e taoísmo cultuam a natureza. Já o confucionismo e o budismo são tradições mais antropocêntricas, voltadas à consciência e às virtudes humanas.

O islamismo mantém uma relação singular com a natureza. É uma religião semítica, cultua a transcendência de Alá, mas conserva, como o judaísmo, estreito vínculo com o entorno ambiental, o que se reflete na distinção entre alimentos puros e impuros, jejum, cuidado com a higiene pessoal etc.

As religiões aborígenes (ab-origem = que estão na origem de todas as outras) não separam o humano da natureza. Há um forte sentido de equilíbrio e reciprocidade entre o ser humano e a Terra. O que dela se tira a ela deve ser devolvido.

Entre as grandes tradições religiosas é o hinduísmo que melhor cultiva essa harmonia. Toda a Índia respira veneração sagrada por rios, animais, árvores e montanhas. A veneração pelas vacas reflete esse senso de equilíbrio, pois se trata de um animal do qual se obtém muitos produtos, do leite e seus derivados ao esterco como fertilizante, e isso é mais importante do que comê-las.

Três grandes desafios, segundo o místico catalão Javier Melloni, estão inter-relacionados: a interioridade, a solidariedade e a sobriedade. A interioridade nos impele à via mística; a solidariedade à ética; e a sobriedade à preservação ambiental.

Nossa civilização estará condenada à barbárie se as pessoas perderem a capacidade de interiorização, de fazer silêncio, de meditar, de modo a saber escutar as necessidades do próximo (solidariedade) e o grito agônico da Terra (sobriedade).

Urge submeter a ecologia à ecosofia, a sabedoria da Terra, na expressão de Raimon Panikkar. Não se trata de impor a razão humana sobre a natureza (eco-logos), mas sim de dar ouvidos à sabedoria da Terra, captar o que ela tem a nos dizer com seus ciclos, suas mudanças climáticas e até com suas catástrofes.

Embora haja avanços em nosso comportamento, graças ao crescimento da consciência ecológica (reciclagem, uso da água, produtos ecologicamente corretos etc.), ainda estamos atrelados a um modelo civilizatório altamente nocivo à saúde de Gaia e dos seres humanos.

Continuamos a consumir combustíveis escassos e poluentes e, na contramão de todo o movimento ecológico, submergimos à onda consumista que produz, a cada dia, perdas significativas da biodiversidade e toneladas de lixo derivado de nosso luxo.

Três grandes mentiras precisam ser eliminadas de nossa cultura para que o futuro seja ecologicamente viável e economicamente sustentável: 1) Os recursos da Terra não são suficientes para todos; 2) Devo assegurar os meus recursos, ainda que outros careçam deles; 3) O sistema econômico que predomina no mundo, centrado na lógica do mercado, e o atual modelo civilizatório, de acumulação de bens, são imutáveis.

Nosso planeta produz hoje alimentos suficientes para 12 bilhões de pessoas, e é habitado por 7 bilhões. Portanto, não há excesso de bocas, há falta de justiça.

Não haverá futuro digno para a humanidade sem uma economia de partilha e uma ética da solidariedade.

Durante milênios povos indígenas e tribos desenvolveram formas de convivência baseada na sustentabilidade, na harmonia com a natureza e com os semelhantes. Como considerar ideal um modelo civilizatório que, dos 7 bilhões de habitantes do planeta, condena 4 bilhões a viverem na pobreza ou em função de suas necessidades animais, como se alimentar, abrigar-se das intempéries e educar as crias?

Autor: Frei Betto*   -   Fonte: Adital

* Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/ – twitter: @freibetto.

terça-feira, 2 de abril de 2013

PELO MENOS 110 PAÍSES JÁ CONSIDERAM AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS UMA QUESTÃO DE SEGURANÇA NACIONAL.





Uma pesquisa realizada pela American Security Project (ASP), uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo avaliar assuntos que possam representar riscos para a segurança dos Estados Unidos, analisou as estratégias de defesa e políticas militares de 155 países e descobriu que pelo menos 110 deles já classificam as mudanças climáticas como uma questão de segurança.

Entre essas nações estão todas as grandes potências mundiais, como Estados Unidos, China, Rússia, Japão e a maior parte da Europa. As ausências mais significantes são a do Brasil e Índia, que ainda encaram as mudanças climáticas apenas como um problema ambiental.

Segundo o relatório, o Brasil argumentaria que “as implicações para a segurança relacionadas com as mudanças climáticas não são óbvias, e os impactos ambientais não ameaçam a paz internacional ou a segurança em si mesma.” A visão brasileira é compartilhada por 21% dos 155 países. 

Para os que consideram as mudanças climáticas um risco, a justificativa vem da disputa cada vez mais acirrada por recursos naturais. Os Estados Unidos, por exemplo, em sua política quadrienal de defesa apontou que as alterações no clima “podem atuar como um catalizador para a instabilidade e para conflitos”. Já a Rússia, em sua estratégia nacional de segurança, publicada em 2009, afirma que “o aquecimento global terá um efeito negativo nas reservas mundiais de minerais, água e recursos biológicos.”

Dos países analisados, apenas 8% não apresentam nenhum tipo de preocupação com as mudanças climáticas, entre eles o Uruguai e o Chile. Outras 41 nações não puderam ser avaliadas por não possuírem dados disponíveis. 

A intenção da ASP é em breve publicar o mapa online como uma ferramenta interativa, para que seja atualizado com frequência e seja utilizado como uma base de dados.

Imagem: Mapa preliminar apresenta em verde os países que classificam as mudanças climáticas como uma questão de segurança, em amarelo os que acreditam que é apenas um assunto ambiental, em vermelho os que não se preocupam e em cinza os que não possuem informações disponíveis / ASP

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

domingo, 31 de março de 2013

AVANÇO DAS LAVOURAS SOBRE AS FLORESTAS TROPICAIS PREOCUPA.


Estudo em 128 países, incluindo no Brasil, aponta que entre 1999 e 2008 a expansão da agricultura foi responsável pela destruição de 4,8 milhões de hectares de florestas por ano.

Não é novidade para ninguém que o aumento em larga escala de grandes plantações está prejudicando e muito a conservação dos ecossistemas, e uma das maiores vítimas disso é a florestal tropical. E neste 21 de março, primeira comemoração do Dia Internacional das Florestas, uma nova pesquisa publicada no periódico PLoS ONE confirma essa tendência, apontando que, entre 1999 e 2008, cerca de 4,8 milhões de hectares de florestas tropicais foram perdidos por ano para as lavouras.

Para chegar a esse número, o estudo analisou dados de distribuição e expansão de colheitas em 128 países, avaliou as mudanças nas áreas das principais plantações e mapeou as lacunas entre as prioridades de conservação e o potencial de cultivo.

Segundo a pesquisa, o arroz foi a colheita que mais cresceu nos biomas florestais tropicais, embora a soja e o milho sejam as plantações que mais se expandiram em área absoluta. Outras lavouras que também tiveram grande crescimento foram o sorgo, o óleo de palma, o feijão, a cana-de-açúcar, a ervilha-de-vaca, o trigo e a cassava.

Os países onde houve mais aumento nas áreas de colheitas foram a Nigéria, a Indonésia, a Etiópia, o Sudão e o Brasil. Felizmente, os países tropicais ainda apresentam um índice de ocupação por lavouras de 10,7%, menos do que a taxa global de 12%.

Algumas colheitas, como a soja na Amazônia e no Cerrado brasileiro, o óleo de palma na Malásia e na Indonésia, a cana-de-açúcar no Havaí e na Mata Atlântica e o milho nas florestas de Madagascar, já são fatores conhecidos da perda de biodiversidade, diz o estudo. Entretanto, lavouras menos conhecidas, como o sorgo, o ervilha-de-vaca e o painço, não atraem tantos esforços de conservação, embora também sejam responsáveis pela degradação.

De acordo com os cientistas, isso pode estar ocorrendo porque essas colheitas menos ‘conhecidas’ cobrem uma área relativamente pequena. Um exemplo é o café, que ocupa apenas 8% da área do arroz em países tropicais. Além disso, colheitas de regiões secas tendem a apresentar uma maior biodiversidade do que as de clima úmido, tendo, portanto, um menor impacto.

Outro fator é o tipo de colheita que cada commodity desenvolve. Essas lavouras menos conhecidas costumam ser cultivadas mais por agricultores em pequena escala do que por grandes empresas agrícolas, o que, no final, também contribui para um menor impacto ambiental.

O estudo também sugere que algumas áreas com altos níveis de biodiversidade, como a África Central,o norte da Austrália, partes da Bacia Amazônica, o Chaco Paraguaio e as savanas de Sahel e do leste da África, podem futuramente ser convertidas em colheitas.

Ainda assim, há alternativas que podem ser desenvolvidas para controlar essa conversão, afirmam os autores, como iniciativas do setor privado; o desenvolvimento de uma economia mais sustentável; o pagamento por serviços ecossistêmicos através de mecanismos como o programa de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) etc.

De fato, os apontamentos do estudo são especialmente propícios para a data e para a condição em que muitos habitantes do planeta vivem, já que, segundo a ONU, mais de dois milhões de pessoas dependem das florestas para se sustentar, três milhões utilizam a madeira proveniente das florestas como fonte de combustível e 750 milhões vivem nas florestas.

Além disso, a organização aponta que 75% da água doce do planeta se encontra nas florestas, que também ajudam a estabilizar encostas, evitar deslizamentos e proteger comunidades costeiras de desastres naturais. As matas também servem como um sumidouro de carbono, e sua perda e degradação representam 17% das emissões antropogênicas de CO2.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que há razões para comemorar, já que o desmatamento caiu cerca de 20% na última década. No entanto, Ban pede que os governos e a sociedade civil se comprometam ainda mais em reduzir o desmatamento e a pobreza para promover um desenvolvimento sustentável para quem vive nas e das florestas.


Fonte: Instituto CarbonoBrasil

sexta-feira, 29 de março de 2013

MAIS UM DIA MUNDIAL DA ÁGUA.



A ONU – Organização das Nações Unidas – proclamou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação da Água.

O nome é pomposo e bonito. Mas oco. Vazio. Não sei ainda o que isso significa. Cooperar com a água? Seja lá o que for, é pouco. Afinal, essa ONU, em 2010, divulgou que “Água poluída mata mais que violência no mundo, incluindo guerras”. E que: “Falta de água potável mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade por ano”.

Estamos em 2013... Desde 2010, eu pergunto: já que a ONU descobriu tudo isso, vai fazer o quê? Continuar conivente com essas mortes? Ou vai criar regras claras e duras para punir os assassinos das nossas crianças? Porque, até agora, ela só criou resoluções, declarações, princípios, pactos e outros blablablás...

Não precisa ser muito esperto, antenado, pra saber que tais números recrudescem a cada ano. Até a Mídia Marrom fala a respeito. E uma das principais causas da poluição é a destinação ilegal de resíduos: mais de dois milhões de toneladas são lançadas nas águas por dia: esgoto, poluição industrial, pesticidas agrícolas e resíduos animais...

Basta um olhar (ou uma cheirada) nos rios da sua cidade pra perceber isso. Moro em Florianópolis-SC, terra de pescadores, de turista apreciador de peixe e outros frutos do mar. E aqui não tem um rio (nem mar) saudável. Todos morrendo, agonizando, ... as cidades do interior catarinense também padecem do mesmo mal.

Ou seja: estão destruindo a água – líquido vital cuja falta leva o ser humano à morte em 3 dias.

Quem são os culpados por essa destruição? Não sei se alguém está interessado na resposta. Ainda mais num Brasil onde a impunidade é corriqueira. Onde o crime ambiental é perdoado com a assinatura de um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta. Não é assim? A mortandade dos peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) – um dos cartões postais brasileiros – é uma das provas mais recentes disso.

“Nos próximos cinco meses, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, vai diminuir em até 60%, até agosto, o despejo de resíduos poluentes na Baía de Guanabara, disse nesta quarta-feira (13/3) o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. A Reduc assinou, em 2011, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o governo do estado se comprometendo a investir cerca de R$ 1,08 bilhão em melhorias ambientais até 2017. O TAC da Reduc é o termo de maior valor assinado até agora no Brasil”.

Quando ouço minha neta pedir “vó, fecha a torneira  porque a água vai acabar”, penso nas meias verdades hipócritas que levamos ao cérebro da futura geração. Eu fecho a torneira e economizo no pagamento de 30 litros de água tratada. Uma bagana de cigarro jogada na praia polui até 500 litros. Uma empresa lança esgoto no rio e destrói milhares de litros (e os bichinhos e vegetais que ali habitam).

A geração atual precisa salvar a água. Para sobrevivência própria e das gerações futuras. E acordar para a triste realidade que experimentamos. Acho que ainda há tempo pra isso!

Lembrei agora que um dos Objetivos do Milênio (compromisso firmado entre 189 nações, em setembro de 2010) - inserto no PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – é “Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável segura e esgotamento sanitário”.

Quem sabe isso vira realidade? Vamos pensar positivo!

E, no Dia da Água, pare alguns minutos e reflita sobre a relação direta da água com a sua sobrevivência (e dos que você ama)!

O grande escritor uruguaio Eduardo Galeano já brincou – de forma muito séria - com o tema: pra que água se podemos beber Coca Cola???

Autor: Ana Echevenguá*  

* Ana Candida Echevenguá, advogada e articulista, especializada em Direito Ambiental e em Direito do Consumidor. Presidente da Academia Livre das Águas e do Instituto Eco&Ação, nos quais desenvolve um trabalho diretamente ligado às questões socioambientais, difundindo e defendendo os direitos do cidadão à sadia qualidade de vida e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. email: ana@ecoeacao.com.br.

quinta-feira, 28 de março de 2013

AFINAL, EMPRESA SUSTENTÁVEL DÁ LUCRO??



Esta é a pergunta do bilhão. A resposta, convincente, pode impulsionar o novo modelo de desenvolvimento para o século 21.
 
Uma pergunta sempre aparece nos debates sobre negócios e sustentabilidade: empresa sustentável dá lucro?
 
Uma das muitas entidades a pesquisar o tema, a Universidade de Harvard, nos EUA, não tem dúvidas sobre a resposta: sim, as empresas sustentáveis dão lucro e ainda ganham da sociedade a “licença para lucrar”.
 
Como a universidade chegou a essa conclusão? Pesquisando o desempenho das maiores empresas globais listadas em bolsas de valores, entre 1992 e 2010, e comparando com o número de políticas de sustentabilidade adotadas por elas nesse intervalo.
 
Na verificação dessas listas, a universidade enumerou vinte e sete políticas de sustentabilidade mais adotadas pelas empresas, nas áreas de meio ambiente (ex: eficiência energética, redução de emissão, destinação de resíduos sólidos), social (ex: promoção da diversidade na empresa e na comunidade, respeito aos direitos humanos, promoção da agenda do trabalho decente) e governança (ex:transparência nas informações, código de ética).
 
Harvard dividiu essas empresas em dois grupos: as empresas de alta sustentabilidade, que adotam mais de 10 políticas de sustentabilidade que começaram o processo ainda nos anos 1990; e as empresas de baixa sustentabilidade, que possuem menos de 4 políticas de sustentabilidade e estão nesse processo desde os anos 2000.
 
Para verificar a performance das empresas, Harvard estudou o setor, o porte e a estrutura de capital de cada uma delas. Completou essa análise com os dados obtidos pela leitura de balanços anuais e de informações nos sites institucionais, bem como com entrevistas de 200 executivos, para confirmar o histórico do processo de gestão sustentável das empresas.
 
Agregando todas essas informações, o resultado obtido foi o seguinte:
 
• As empresas de alta sustentabilidade apresentaram melhores taxas de retorno, num período de 18 anos. O patrimônio delas valorizou 30% a mais do que aquele das empresas de baixa sustentabilidade; a rentabilidade líquida desse primeiro grupo cresceu o dobro da rentabilidade do grupo de baixa sustentabilidade.
 
• Analisando a evolução do valor das empresas, ano a ano, também é possível verificar que, mesmo em momentos de queda nas bolsas, a desvalorização das empresas de alta sustentabilidade foi significativamente menor que a das empresas de baixa sustentabilidade.
 
Por que as empresas de alta sustentabilidade tiveram esse desempenho?
 
A Universidade de Harvard também encontrou resposta a essa pergunta: as empresas de alta sustentabilidade apresentam desempenho superior porque possuem uma governança distinta, como foco no diálogo estruturado com as partes interessadas, metas sustentáveis sob a responsabilidade expressa da Diretoria e maior parte do investimento direcionado para o longo prazo e para suprir as necessidades e demandas dos públicos de interesse da empresa. Outras características da gestão dessas empresas são: sistema de compensação da liderança atrelado tanto a desempenho financeiro quanto a cumprimento de metas sustentáveis; tomada de decisões leva em conta dados financeiros e de mercado, bem como informações relativas às partes interessadas.
 
Vale ressaltar que as empresas de alta sustentabilidade adotaram a gestão sustentável voluntariamente e antes das demais, lançando tendências de mercado. Portanto, não há mais motivo para duvidar dos benefícios da sustentabilidade para os negócios. É hora de pôr mãos à obra!
 
Autor: Jorge Abrahão*   -   Fonte: Envolverde

* Jorge Abrahão é presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.

quinta-feira, 21 de março de 2013

ESTUDANTE NORTE AMERICANO DESENVOLVE ASFALTO ORGÂNICO.



Um novo tipo de asfalto ecológico foi proposto por um estudante de engenharia civil da Universidade do Kansas, Estados Unidos. Trata-se de um material desenvolvido com um composto vegetal facilmente encontrado na natureza.

Batizado de bioasfalto, o produto realiza, com a mesma eficiência, a função de endurecer e alisar estradas de terra. A substância orgânica conhecida como lignina é responsável por dar rigidez às células vegetais. Além disso, o elemento serve como liga quando em contato com terra solta e pedras.

A lignina foi escolhida pelo estudante Wilson Smith como matéria-prima para o desenvolvimento do novo produto. Seus experimentos vêm sendo realizados através dessa substância e ele tem tido sucesso com a escolha.

Também conhecida como lenhina, essa molécula consegue desempenhar, de modo satisfatório, o mesmo papel dos materiais, tradicionalmente, encontrados em estradas de terra. Basta que seja acrescentado um pouco de água.

Ao colocar o líquido, o material torna o solo mais liso, menos empoeirado e mais durável, pois a mistura é mais resistente à erosão em especial nos períodos chuvosos.

A partir das experiências, Smith chegou a cinco concentrações de lignina. O próximo passo é analisar a resistência e a diminuição da erosão em cada uma delas. “Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia de acordo com a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação,” afirmou Smith. “Isso vai determinar, em estudos de campo, qual porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo”.

A molécula é facilmente obtida, pois é resultante de um processo natural do metabolismo das plantas. É encontrada em diversos resíduos da agricultura, como no bagaço da cana-de-açucar e da palha de milho. Além disso, é o terceiro componente mais importante encontrado na madeira. Consequentemente, também pode ser coletada em resíduos da indústria de papel.

Tudo isso, torna a solução encontrada por Smith sustentável e renovável. Os resultados das pesquisas devem ser apresentados ainda este ano. Em seguida, o estudante buscará parcerias para que possa realizar testes de campo com a substância.

Fonte: CicloVivo

quarta-feira, 13 de março de 2013

GOVERNO PODE ADIAR FIM DOS LIXÕES PORQUE SÓ 14% MUNICÍPIOS TÊM COLETA SELETIVA.



Apenas 766 municípios brasileiros, cerca de 14% do total, operam programas de coleta seletiva. O governo federal já cogita adiar o prazo de até 2014 para os municípios cumprirem as metas, como a instauração da coleta seletiva e o fim dos lixões. As informações foram divulgadas durante a avaliação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, realizada na última quarta-feira (21), em Brasília.
 
De acordo com o estudo apresentado pelo Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE), a concentração dos programas municipais de coleta seletiva permanece nas regiões Sudeste e Sul do país. Do total de municípios brasileiros que realizam esse serviço, 86% está situado nessas regiões.
 
Na opinião de Pedro Wilson Guimarães, secretário de recursos hídricos e ambiente urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), é preciso “cobrar e, ao mesmo tempo, dar elementos para ajudar as cidades a construírem e implementarem os planos de resíduos sólidos”. Guimarães pediu à Frente Parlamentar Ambientalista para reavaliar o prazo de quatro anos e elaborar junto à Comissão de Orçamento emendas que destinem uma reserva para capacitar as cidades a dar continuidade às ações.
 
Os parlamentares e representantes de órgãos de governo, organizações da sociedade civil, movimentos de catadores e de instituições privadas avaliaram no evento que a legislação é “moderna e avançada no que se refere à área ambiental no Brasil”.
 
No entanto a perspectiva de adiamento do prazo é considerada ruim pelo presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, Deputado Sarney Filho (PV-MA). Segundo ele, o prazo faz parte do instrumento de comando e controle. “É comum, no Brasil, ver uma ilegalidade se transformar em legalidade a troco da flexibilização, como foi o caso do Código Florestal, que permitiu anistia aos desmatadores. Eu sou contra essa prática”, afirmou.
 
O coordenador do Grupo de Trabalho de Resíduos Sólidos, Deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), lembrou que o repasse de verbas está vinculado à existência do plano, que só foi entregue por 400 cidades (das 5.565 de todo o Brasil), além de nove Estados e o Distrito Federal.
 
Resultante de mais de duas décadas de discussão, a Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão dos resíduos sólidos. Os principais pontos da política são: o fechamento dos lixões até 2014, a distinção entre resíduo (lixo reaproveitável ou reciclável) e rejeito (o que não pode ser reaproveitado) e a destinação dos rejeitos para os aterros sanitários e a exigência dos municípios elaborarem planos de resíduos sólidos.
 
Ao final do evento, os participantes defenderam que outro grande desafio para o próximo ano é a implementação da logística reversa, ou seja, pensar ações para melhoria da cadeia e a inclusão dos catadores e das cooperativas na execução da Política.


Fonte: Ciclovivo

terça-feira, 12 de março de 2013

MUDANÇAS CLIMÁTICAS ATUAIS SÃO AS MAIS RÁPIDAS EM 11 MIL ANOS.


Estudo publicado na revista Science afirma que as temperaturais estão mais elevadas do que em qualquer momento nos últimos quatro mil anos e que a taxa de aquecimento está acima de todas as registradas desde a Era do Gelo

O clima está sempre em transformação, e esse conceito confunde muitas pessoas, que imaginam que as mudanças climáticas atuais seriam um fenômeno inédito. O que na realidade há de inédito no clima no momento é a velocidade com a qual ele está se transformando e como a direção na qual está seguindo não faz sentido sem que seja considerada a ação humana. 

É justamente por trazer a constatação dessas afirmações que o estudo “A Reconstrução das Temperaturas Regionais e Globais para os Últimos 11.300 Anos”, publicado nesta semana na revista Science, é tão importante.

Os pesquisadores, liderados por Shaun Marcott, da Universidade do Oregon, analisaram fósseis de pequenos organismos marinhos para reconstruir as temperaturas até o fim da última Era do Gelo. Trata-se da maior linha histórica para as temperaturas médias do planeta já representada.

Os dados apontaram que as temperaturas médias atuais são as maiores em quatro mil anos e que o globo estava em uma tendência de resfriamento até as primeiras décadas do século XX, quando, subitamente e numa taxa nunca antes vista, começou uma curva ascendente das temperaturas.

“É mais uma evidência de que o aquecimento global atual não é natural, mas sim o resultado do aumento das emissões de dióxido de carbono desde o início da Revolução Industrial”, afirmaram os autores.

Segundo o estudo, o planeta foi se aquecendo devagar depois da Era do Gelo, sendo que as temperaturas chegaram a um pico por volta de 9.500 anos atrás, quando atingiram uma elevação de cerca de 0,6ºC acima do ponto inicial.

Então, pelos 5.500 anos seguintes as temperaturas se mantiveram estáveis, quando por volta de 1850 começaram a cair. A queda foi de 0,7ºC. A década entre 1900 e 1910 foi a mais fria dos últimos 11.300 anos. 

A razão pela qual o planeta aqueceu e depois começou a resfriar tem a ver com mudanças no eixo da Terra e de sua distância do sol, apontam os pesquisadores.

“Se formos levar em conta apenas as condições naturais, essa tendência de esfriamento deveria ter sido mantida e estaríamos agora rumando para uma nova Era do Gelo”, declarou Marcott.

Porém, não foi isso que aconteceu, e a partir de 1910 o que os registros apontam é um aquecimento sem precedentes e que encontra sua única explicação, até agora, nas emissões humanas.

“Apenas 100 anos depois da década mais fria em 11.300 anos, nós vivemos a mais quente [2000 a 2010]. Assim, em um século fomos do fim do espectro mais frio para o fim do espectro mais quente. Não há registros anteriores de uma mudança tão rápida. Mesmo as temperaturas no fim da Era do Gelo não se alteraram tão velozmente”, afirmou Marcott.

O pesquisador aponta que estamos com as temperaturas mais elevadas dos últimos quatro mil anos, pelo menos, e que já está quase tão quente quanto o período mais aquecido dos últimos 11 mil anos.

Michael E. Mann, climatologista da Universidade da Pensilvânia e autor do famoso gráfico 'taco de hockey' (ao lado), afirmou que o novo estudo “é mais um importante avanço que nos ajuda a entender as mudanças climáticas”.

O perigo, segundo Mann, está na velocidade das atuais transformações no clima. “Nós e outros seres vivos podemos nos adaptar a mudanças mais lentas. A taxa sem precedentes de aquecimento que estamos vendo é muito preocupante e representa uma grande ameaça para a sobrevivência de muitas espécies e coloca uma grande pressão na civilização”.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

segunda-feira, 4 de março de 2013

ANÁLISE REFORÇA RELAÇÃO ENTRE CO2 E AUMENTO DA TEMPERATURA GLOBAL.




Apesar de a maioria dos climatologistas concordar com a noção de que a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera influencia o clima global, ainda existem aqueles que questionam o papel do gás.

Um estudo publicado na mais recente edição da revista Science promete ajudar a acabar com essas dúvidas ao revelar uma forte ligação entre a presença de CO2 e o aumento das temperaturas durante o fim da última Era do Gelo.

Os pesquisadores, liderados pelo francês Frederic Parrenin, do Laboratório de Glaciologia e Geofísica do Meio Ambiente da Universidade de Grenoble, analisaram núcleos de gelo da Antártica e concluíram que o CO2 não apenas pode ter reforçado o aquecimento global que acabou com a Era do Gelo como pode também ter dado início a ele.

“Cientistas têm dito que o CO2 foi um amplificador do aquecimento global, mas não a causa inicial. Agora, estamos dizendo que pode ter sido sim a causa”, disse Parrenin.

Céticos climáticos sugeriam que, como o fim da Era do Gelo, cerca de 20 mil anos atrás, se deu até 800 anos antes do aparecimento de grandes quantidades de CO2 nos núcleos de gelo, o gás não possuía grande importância para o clima. Baseados nessa noção, muitos ainda defendem que de nada adianta reduzir as emissões de CO2 atualmente, pois essa ação não teria nenhum impacto climático.

Porém, esse novo estudo aponta que os dados anteriores estavam incorretos e que esse “atraso de 800” na realidade não deve ter existido.

“Por causa desses resultados errados sobre o CO2, as pessoas interpretavam que o gás não tinha um papel fundamental na variação do clima no passado”, explicou Parrenin.

O estudo francês reforça informações já publicadas de que as análises anteriores de núcleos de gelo poderiam estar equivocadas.

No ano passado, Jeremy Shakun, da Universidade de Harvard, já havia apontado que o aumento da concentração do CO2 na atmosfera veio antes da elevação das temperaturas que levou ao fim da Era do Gelo.

Atualmente, a concentração de CO2 está em 400 partes milhão (ppm), já acima dos 350ppm que seria o limite para manter o aquecimento global em 2oC, o máximo aceitável segundo cientistas para se evitar as piores consequências das mudanças climáticas.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DOCUMENTÁRIO: SOBREVIVENDO AO PROGRESSO / SURVIVING PROGRESS (2011)


"A ascensão da Humanidade é geralmente medida pela velocidade do progresso. Mas e se o atual progresso estiver nos prejudicando, em direção ao colapso? Ronald Wright, autor do best-seller "A Short History Of Progress" (A Breve História do Progresso), que inspirou este documentário, mostra como as civilizações do passado foram destruídas pelas "armadilhas do progresso" - tecnologias fascinantes e sistemas de crença que atendem a necessidades imediatas, mas comprometem o futuro.

Com a pressão sobre os recursos mundiais aumentando e as elites financeiras levando nações ao fundo do poço, poderá nossa civilização globalizada escapar da catástrofe - a "armadilha do progresso" final?


Através de imagens marcantes e insights iluminadores, de pensadores que investigaram nossos genes, cérebros e comportamento social, este réquiem do modelo de progresso usual também propõe um desafio: provar que tornar macacos mais inteligentes não é um beco sem saída evolucionário."


ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO NESTE LINK: http://vimeo.com/56217994

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (IN)SUSTENTÁVEL.



A discussão sobre população e desenvolvimento teve início no século XVIII, durante e após as Revoluções Sociais da Inglaterra (Revolução Gloriosa de 1688-89), dos Estados Unidos (Independência em 1776), da França (Revolução Francesa de 1789) e da Revolução Industrial e Energética. O fato é que, pela primeira vez na história da humanidade, abriu-se a possibilidade de um rápido crescimento dos fatores de produção (capital e trabalho, para além das disponibilidades de terra agricultável), junto a um processo que possibilitou o aumento continuado e de longo prazo da renda nacional per capita (significando maior produção por trabalhador).
 
Os iluministas do século das luzes eram defensores da ideia de progresso e o desenvolvimento econômico dos séculos XIX e XX foi a maneira em que se materializou o avanço das forças produtivas. O “sucesso” de alguns países tornou o desenvolvimento um ideal a ser atingido por todos os povos. O crescimento econômico passou a ser considerado uma meta altamente desejável e um objetivo nacional inquestionável. Mas as visões sobre o crescimento populacional jamais tiveram a mesma unanimidade.
 
Ainda no século XVIII, alguns autores, como Adam Smith, William Godwin, o Marquês de Condorcet e David Ricardo viam o crescimento populacional como positivo para o crescimento econômico, enquanto Thomas Malthus achava que o crescimento populacional inviabilizaria qualquer ideia de desenvolvimento e crescimento da renda per capita (Malthus não enxergava a possibilidade de redução da pobreza no longo prazo).
 
Karl Marx também acreditava no desenvolvimento e não se preocupava com o problema populacional, pois defendia uma revolução nas relações sociais para que a população revolucionária (o proletariado) liderasse o progresso das forças produtivas e a melhoria da qualidade de vida das classes trabalhadoras. Este foi o caminho tentado na prática por Vladimir Lenin na Rússia e que serviu de inspiração para outras experiências socialistas. Lenin dizia que desenvolver é eletrificar e construir uma industria pesada. As experiências socialistas tiveram sucesso na mudança das relações de produção, mas foram um fracasso na implementação de uma nova base técnica mais amigável ao meio ambiente.
 
Os economistas Alfred Marshall, John Maynard Keynes e Gunnar Myrdal, dentre outros, defendiam a ideia de desenvolvimento capitalista com inclusão social e expansão das políticas públicas, o que foi colocado em prática após a Segunda Guerra Mundial em partes da Europa, no chamado Estado do Bem-Estar Social (Welfare State).
 
Nos países desenvolvidos e nos países socialistas o crescimento econômico e o aumento da renda per capita (juntamente com o aumento da urbanização, da educação, das condições de moradia, saúde, etc.) vieram acompanhados da transição demográfica, que é o processo de redução das taxas brutas de mortalidade e natalidade. Num primeiro momento, taxas de fecundidade próximas do nível de reposição (2,1 filhos por mulher) fizeram desaparecer as preocupações com o chamado “problema populacional” nos países desenvolvidos. A ideia era que o desenvolvimento resolveria os desafios populacionais. Porém, a população continuou sendo vista como um entrave nos países pobres, ou do Terceiro Mundo (na denominação de Alfred Sauvy), também chamados de países subdesenvolvidos, em desenvolvimento ou emergentes.
 
Os economistas e demógrafos W.W. Rostow, Arthur Lewis, Edgar Hoover e Ansley Coale escreveram sobre o processo de desenvolvimento no Terceiro Mundo e todos consideravam que o rápido crescimento populacional poderia ser um entrave ao desenvolvimento, na medida em que a alta carga de dependência demográfica das crianças e jovens seria concorrente do processo de formação da poupança agregada, indispensável para a elevação das taxas de investimento. Portanto, estes autores consideram que o caminho para o desenvolvimento no Terceiro Mundo estaria na redução do crescimento populacional e na manutenção de altas taxas de formação bruta de capital fixo, necessárias para a decolagem (take off) do desenvolvimento e a geração de emprego produtivo, com o consequente aumento da renda per capita.
 
Foi para resolver o problema populacional que se difundiu as prescrições neomalthusianas. Registra-se que, ao contrário de Malthus, os neomalthusianos propunham o freio da população por meio da limitação da fecundidade e não do aumento da mortalidade. Malthus achava que era impossível acabar com a pobreza. Os neomalthusianos acreditavam que seria possível acabar com a pobreza e avançar com o desenvolvimento econômico promovendo a transição da fecundidade.
 
Este debate, ganhou destaque nas décadas de 1960 e 1970 e esteve no centro das discussões da Conferência sobre População de Bucareste, em 1974. Os países ricos queriam promover o controle da natalidade, enquanto os países pobres queriam impulsionar o desenvolvimento. Venceram os segundos, com a seguinte palavra de ordem: “O desenvolvimento é o melhor contraceptivo”. Nota-se que, mais uma vez, o desenvolvimento foi apresentado e assumido como a solução para os problemas populacionais.
 
Todavia, as taxas de fecundidade caíram para níveis muito baixos (lowest-low fertility) na maioria dos países com alto nível de renda per capita, colocando em dúvidas a capacidade de reposição das gerações e acirrando os prognósticos sombrios sobre o envelhecimento da estrutura etária. Desta forma, por vias inversas, o “problema populacional” volta à cena dos países desenvolvidos. Mas ao invés da “explosão populacional” o desafio agora é a “implosão populacional”.
 
Por outro lado, a ideia de desenvolvimento já começava a ser questionada de maneira mais forte no início da década de 1970. O alerta foi dado pelo Clube de Roma e pelo relatório “Os limites do Crescimento” de Dennis e Donella Meadows, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Com a crise do petróleo nos anos 1970 e o agravamento das condições ambientais no mundo, foi lançado o estudo “Nosso Futuro Comum” (Our Common Future), também conhecido como relatório Brundland, publicado pela ONU em 1987. É a partir do relatório Brundland que se adota a clássica definição de “Desenvolvimento sustentável”: “o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.
 
O relatório aponta para as seguintes medidas que devem ser tomadas pelos países para promover o desenvolvimento sustentável: limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia), etc.
 
De certa forma estas medidas foram contempladas no documento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Cúpula da Terra, ou Rio/92. Porém, duas décadas adiante, durante a Rio + 20, diversos estudos mostraram que o “desenvolvimento sustentável” não tem sido nada mais do que uma maquiagem verde que mantêm os fundamentos da degradação ambiental. A chamada “Curva ambiental de Kuznets” tem servido apenas como um instrumento ideológico que tenta justificar a necessidade de aprofundamento do desenvolvimento econômico, pois a degradação ambiental só aumenta com o crescimento econômico.
 
Na verdade, tem avolumado o número de pessoas que consideram o desenvolvimento não como uma solução, mas como um problema, pois existe uma alta correlação entre crescimento econômico e destruição das fontes naturais da vida e da biodiversidade. Mesmo quando se vinculam os aspectos humano, social e qualidade de vida, o padrão de produção e consumo continua tendo um impacto negativo sobre os recursos ambientais. O problema não está apenas no desenvolvimento econômico e social, mas também no chamado desenvolvimento sustentável.
 
É claro que um desenvolvimento humano e “sustentável” é melhor do que o desenvolvimento selvagem e insustentável. Porém, a ideia de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável tem sido incapaz de resolver os graves problemas que estão se acumulando no mundo, tais como o aquecimento global e a depleção dos ecossistemas. O capitalismo não consegue ser ao mesmo tempo socialmente inclusivo, justo e ambientalmente sustentável. Adicionalmente, a ideia de desenvolvimento humano acaba por reforçar o viés antropocêntrico que coloca o bem-estar do homo sapiens acima do bem-estar dos demais seres vivos e do Planeta.
 
Desta forma, cresce, em todo o mundo, a percepção de que todo e qualquer tipo de desenvolvimento é prejudicial ao meio ambiente, na medida em que é baseado no modelo de aumento do consumo e da produção material. Por conta disto, alguns autores falam em desenvolvimento sem crescimento, como Tim Jackson no livro: “Prosperity without growth? The transition to a sustainable economy”, enquanto outros falam em Decrescimento, como Serge Latouche no livro “Pequeno tratado do decrescimento sereno” (Martins Fontes, 2009). A expressão “desenvolvimento sustentável” passou a ser vista como um oximoro. O mesmo acontece com o conceito de “economia verde” que também é visto como uma contradição em termos.
 
O certo é que as formulações envolvendo o crescimento econômico, o desenvolvimento social e a dinâmica populacional não estão livres de críticas. O desenvolvimento é um processo complexo, com diversos efeitos indesejáveis, não estando, portanto, livre e acima das considerações minuciosas e da repreensão explícita. A única certeza atual é que os conceitos de população e desenvolvimento precisam ser mais debatidos e problematizados, especialmente quando se leva em conta o paradigma ecocêntrico.

Fonte: EcoDebate
 
*José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

sábado, 23 de fevereiro de 2013

PROJETO INOVADOR VISA A RECUPERAÇÃO DE CORAL.


Com a missão de agir pela conservação de ecossistemas marinhos e proteção dos recifes de coral, um novo projeto realizado em Bali reconstrói ambientes degradados com a ajuda das comunidades locais


Construir recifes artificiais dedicados à reabilitação de corais em zonas degradadas e estrategicamente posicionadas é o objetivo principal de um projeto inovador que está sendo implantado em Bali, Indonésia.

ONG Coral Guardian, organização especializada no desenvolvimento de estruturas submarinas com propósitos de conservação, arte, cultura e desenvolvimento econômico de comunidades locais, é a responsável pelo programa ‘Adote um Coral’, situado no Triângulo de corais.

O projeto nasceu após seu fundador, o francês Martin Colognoli, trabalhar como gerente em uma fazenda para a exploração de animais ornamentais na Indonésia e constatar que, todos os dias, os pescadores lhe traziam espécies em condições “deploráveis”, com altas taxas de mortalidade.

Cinco meses mais tarde, após tentar de tudo para mudar este “pesadelo”, como descreve Colognoli, ele decidiu abandonar seu trabalho e buscar outra forma de preservar os oceanos, surgindo assim o Coral Guardian. A ideia do projeto era reunir conservação, sensibilização e pesquisas.


Recuperação

Ao sul de Bali, a área do Triângulo de corais é classificada como uma zona prioritária para a conservação por abrigar mais de 30% dos recifes mundiais. O projeto é conduzido na Ilha de Serangan, que teve grande parte dos recifes destruída há cerca de 20 anos durante a expansão do seu território.

Em dois hectares, estruturas em concreto são voluntariamente imersas visando à colonização por organismos marinhos, como os corais. Então, a equipe, incluindo profissionais e cientistas, realiza o povoamento das estruturas com técnicas de estaquia de corais.

A ideia das estruturas, na forma de um templo, foi integrar um suporte para a biodiversidade com a arte e cultura locais, aportando também mais um atrativo para os turistas. O templo é constituído de duas portas de cerca de três metros de altura e de uma série de 20 estátuas balinesas a uma média de quatro metros de profundidade.

“Com o tempo, as estruturas desaparecem sob o recife e dão lugar a uma zona natural, como poderia ser antes da intervenção humana. As comunidades locais poderão igualmente se beneficiar sensibilizando os ecoturistas e desenvolvendo uma economia responsável”, comentou Colognoli.

O programa, que gerou 20 postos de trabalho localmente e traz oportunidades de ecoturismo e melhoria dos estoques pesqueiros, é completamente financiado por doações privadas de particulares ou empresas que desejam apoiar as ações de conservação.

A evolução da biodiversidade na área repovoada é acompanhada durante cinco anos. O sucesso do projeto depende da escolha certa do local a ser reconstruído, levando em conta os habitats ao redor e as correntes dominantes, as características da estrutura de base e o apoio de parceiros chave, como pescadores, mergulhadores, governo, público, etc.


Benefícios múltiplos

Como os corais construtores de recifes armazenam carbono, além da recuperação da biodiversidade local, o projeto assume uma importância global na luta pela redução das emissões de dióxido de carbono.

Em uma parceria com a Universidade Macquarie de Sydney (Austrália) e com o Instituto Oceanográfico Paul Ricard de Six-Fours-Les-Plages (França), o projeto também apoia o desenvolvimento de pesquisas científicas, trabalhando com a aquicultura de peixes e invertebrados ornamentais visando propor alternativas à extração no meio selvagem.

Além do envolvimento direto com o projeto, atividades de sensibilização ligadas à preservação dos oceanos são realizadas com as crianças locais. A ONG também possui um projeto para a criação de uma escola, financiada por empresas, que deve abrir as portas no final de 2013.

Assim, as comunidades locais são acompanhadas para que possam preservar a biodiversidade de forma autônoma e contribuir na melhoria do seu nível de vida.

Com a evolução rápida do projeto, em breve dois outros recifes artificiais serão construídos em outros locais na Indonésia e a ONG tem planos de realizar parcerias com instituições de mergulho para auxiliar na implantação de recifes artificiais – não unicamente na Indonésia.

Os corais

Ao longo de 240 milhões de anos, os recifes evoluíram e se tornaram um dos ecossistemas mais importantes e complexos do planeta, abrigando mais de quatro mil espécies de peixes (25% de todas as espécies marinhas conhecidas), 700 espécies de corais e milhares de plantas e outras formas de vida. 

Apesar de 100 milhões de pessoas dependerem deles diretamente, 75% dos recifes de coral estão ameaçados devido às mudanças climáticas, poluição, sobrepesca, turismo em massa, entre outros. 

Fonte: Instituto CarbonoBrasil