quinta-feira, 5 de abril de 2012

ESTUDO INDICA QUE CO2 LEVOU A FIM DA ÚLTIMA ERA DO GELO.

Cientistas dos EUA, Reino Unido e Itália sugerem que, ao contrário do que apontavam pesquisas anteriores, foi o aumento nas emissões de dióxido de carbono que conduziu ao final do último período glacial, há cerca de 11 mil anos.
Um dos argumentos mais utilizados pelos céticos do clima para negar as mudanças climáticas é o de que existem pesquisas que indicam que o aumento na liberação de CO2 durante a última Era do Gelo ocorreu depois do aumento das temperaturas, o que comprovaria que o crescimento das emissões de carbono não é responsável pelo aquecimento global. Mas agora, um novo trabalho chega para sugerir que essa conclusão não é verdadeira.

estudo, desenvolvido por cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e Itália e publicado nesta semana no periódico Nature, indica que, na verdade, o que aconteceu foi o contrário: as emissões de dióxido de carbono aumentaram, elevando as temperaturas e encerrando o último período glacial.

Para chegar aos resultados encontrados, os pesquisadores analisaram amostras de gelo, sedimentos, conchas e fósseis de todo o mundo que datam do final da Era do Gelo, ou seja, de cerca de 11 mil anos. Os estudos anteriores analisavam apenas amostras coletadas na Antártica, o que sugere que os resultados obtidos antes diziam respeito a um processo regional, e não global.

Mas se o aumento das emissões de dióxido de carbono levou ao fim do último período glacial, o que causou essa elevação nas emissões? A resposta, segundo os estudiosos deste trabalho, está em um fenômeno conhecido como oscilações de Milankovitch. Essas oscilações provocaram uma pequena alteração na órbita da Terra, o que fez com que o Hemisfério Norte passasse a receber mais luz solar, e, consequentemente, mais calor.

Com esse calor, ocorreram modificações nas correntes do Oceano Atlântico, o que fez com que o calor do Hemisfério Sul se concentrasse na região ao invés de ser espalhado pela circulação das águas. Por fim, isso provocou a liberação de uma imensa quantidade de CO2 dos oceanos e do gelo antártico na atmosfera, o que, por sua vez, levou a um aumento de cerca de 3,5 graus Celsius na temperatura global.

O estudo, embora controverso, foi bem recebido por outros pesquisadores.

“O trabalho mostra que o aumento no CO2 atmosférico conduziu o aumento da temperatura global, mas também sugere que o gatilho inicial para o degelo foi algo diferente – um leve aquecimento e uma redução associada à circulação do Oceano Atlântico. Isso fez com que o dióxido de carbono começasse a sair dos oceanos profundos, e isso por sua vez conduziu as mudanças climáticas”, comentou Andrew Watson, da Universidade de East Anglia.

“[Isso] deve acabar de uma vez por todas com a falsa alegação de que o aumento no dióxido de carbono foi uma resposta passiva à elevação das temperaturas globais”, observou Mark Maslin, da Universidade College London.

De acordo com os cientistas que desenvolveram o estudo, ele deve ser importante para ajudar a entender as mudanças climáticas atuais. “Isso mostra que o aquecimento global pode ser amplificado pela liberação de carbono do derretimento do gelo permanente [e] que o carbono armazenado nesse gelo na região do Ártico é vulnerável ao aquecimento”, explicou David Beerling, da Universidade de Sheffield, um dos autores do trabalho.

Jeremy Shankun, da Universidade de Harvard, outro autor da pesquisa, chamou a atenção para o fato de que, desta vez, os níveis de dióxido de carbono estão aumentando cada vez mais rápido. “O CO2 foi um grande fator em tirar o mundo da última Era do Gelo e levou cerca de dez mil anos para fazê-lo”, declarou Shankun.

“No final da última era do gelo, o CO2 aumentou de cerca de 180 partes por milhão (PPM) na atmosfera para cerca de 260; e hoje estamos em 392. Agora os níveis de CO2 estão aumentando novamente, mas desta vez um aumento equivalente no CO2 ocorreu em apenas cerca de 200 anos, e há sinais claros de que o planeta já está começando a responder”, continuou.

Por isso, os autores enfatizaram a importância de se reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) antes que o aquecimento global passe a ter consequências ainda mais sérias para o planeta.

“O aquecimento faz com que o gelo permanente derreta e que a decomposição de matéria orgânica lance mais gases do efeito estufa na atmosfera. Esse processo pode acelerar o aquecimento futuro. Isso significa que devemos barrar as emissões de dióxido de carbono lançadas pela combustão de combustíveis fósseis se a humanidade deseja evitar disparar esse tipo de processo em nosso mundo moderno”, ressaltou Beerling.

Eric Wolff, cientista da British Antarctic Survey, que não estava envolvido no trabalho, também saudou a descoberta, refletindo que “isso só nos lembra de que embora o clima possa parecer bastante estável para nós porque tem estado relativamente estável nos últimos milhares de anos, na verdade ele é capaz de sofrer grandes mudanças. Como colocou um famoso paleoclimatologista: ‘nós o cutucamos por nossa conta e risco’”.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais


domingo, 25 de março de 2012

'A ENERGIA HIDRELÉTRICA NÃO É LIMPA, NEM BARATA'

O professor de pós-graduação em Energia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP desmistifica os benefícios de o Brasil aproveitar o potencial energético dos rios da região Amazônica: “Belo Monte representa simbolicamente a possibilidade de transformar todo o territorio amazônico em um grande conjunto de jazidas de megawatts”.

Célio Bermann foi assessor do Ministério de Minas e Energia durante os dois primeiros anos do governo Lula e se afastou em desacordo com o que considera desvirtuamento da política do governo para o setor. Crítico assíduo do planejamento energético brasileiro, Bermann não só rejeita a construção de usinas hidrelétricas como a de Belo Monte, mas propõe uma nova direção de desenvolvimento econômico para o país.

Viomundo - Qual é a importância econômica da Usina de Belo Monte para o Brasil?

Bermann - A importância da usina deve ser medida pela sua capacidade de produção de energia, pelo tempo que a energia produzida estará disponível para o consumo da sociedade e pelos problemas de ordem social e ambiental que essa usina representa, inclusive sob o ponto de vista de custos. A importância econômica da Usina de Belo Monte para o Brasil é negativa, porque ela vai custar muito. O governo fala em 19 bilhões de reais de investimento, mas as empresas envolvidas na obra, na fabricação dos equipamentos, dizem que a obra não sai por menos de 30 bilhões. Os problemas sociais e ambientais, muitos deles, não têm custo financeiro. Mas imagine a perda do valor cultural do rio Xingu, que é sagrado para as populações indígenas. E esse tipo de raciocínio não está incorporado na decisão de construir um empreendimento. A obra é superdimensionada, porque a quantidade de água para tocar a usina na capacidade proposta, de 11 mil MW (Itaipu produz 14 mil MW, para se ter uma idéia do tamanho da usina), estará disponível apenas três meses ao ano. Na época de estiagem, por exemplo, em setembro e outubro, a usina não vai produzir mais do que 1 mil MW. Então porque investir numa obra com essa dimensão se o retorno econômico/financeiro é baixo? Não é a toa que o capital privado desistiu de participar da construção.

Viomundo - E porque então construí-la? Qual é o interesse do governo se não haverá esse retorno?

Bermann - Eu vejo a obra de Belo Monte como um projeto de longo prazo. É preciso levar em consideração que mais da metade do chamado potencial hidrelétrico, para construir hidrelétricas no Brasil, está localizado na região amazônica, onde há problemas de ordens social e ambiental. O fato de ter esse potencial para a construção de hidrelétricas faz com o governo aponte para essa direção irreversível: a de construir essas usinas, custe o que custar. Porque isso? O que chama atenção, como sempre, é a perspectiva do apagão, de se ter falta de energia. Ninguém quer ficar sem energia elétrica. Então essa forma de propagandear, de alardear que vai ter apagão, faz com que se aceite usinas com essas características. Não é particularmente o governo Lula, porque essa obra está sendo pensada há 30 anos.
O problema é que o governo Lula vai ficar na história como aquele governo que decretou o fim das populações indígenas e da cultura na região do Xingu. Para responder o por quê dessa obstinação do governo, é porque se conseguirem validar a construção da usina de Belo Monte, todas as outras usinas vão se validar também, principalmente no critério de impactos socio-ambientais. A Balbina (1) é conhecida como a pior concepção de hidrelétrica do mundo, porque ela está na planície amazônica, ocupa um reservatório enorme de mais de 2500 km2, para gerar 250 MW, sendo que a potência firme dela é de apenas 120 MW. Numa situação dessa, o critério lógico é abandonar o projeto. Isso não foi feito, na década de oitenta. De lá pra cá, aumentou o número de planos de hidrelétricas. Belo Monte representa simbolicamente a possibilidade de transformar todo o território amazônico em um grande conjunto de jazidas de megawatts.

Embora frágil, com populações tradicionais que precisam ser respeitadas, populações indígenas que precisam ser consideradas, a perspectiva que Belo Monte aponta é de priorizar a geração de energia a partir das águas do rio Amazonas. E o resto? Bem, o resto é o resto.

Viomundo - O Brasil tem um papel de protagonismo internacional em geração de energia limpa. No caso das hidrelétricas, temos enormes reservas de água que podem ser vantajosas para o país. Não se deve aproveitar essas vantagens?

Bermann - O maior erro desta política energética que está sendo implementada é o fato dela se apoiar em inverdades. Uma delas é de que a energia hidrelétrica é limpa e barata. Ela não é. Estudos mostraram que Balbina, Tucuruí e Samuel, as três maiores hidrelétricas construídas na região amazônica até agora, emitem gases de efeito estufa mais ou na mesma proporção que usinas a carvão mineral. Isso pode parecer uma surpresa, mas nos primeiros dez anos de operação de uma usina da Amazônia, a matéria orgânica, a mata, ela apodrece porque a água a deixa encoberta permanentemente. E o processo de apodrecimento é muito forte, acidifica a água e emite metano, que é um gás 21 vezes mais forte que o gás carbônico, principal gás do efeito estufa. Isso é conhecido pela ciência mas não é considerado porque não é de interesse de quem concebe essas usinas. O que interessa é a grande quantidade de dinheiro que vai ser repassado para as empresas construtoras de barragens, turbinas e geradores. O restante, o problema ambiental, as populações que serão expulsas, a cultura indígena que está sendo desconsiderada, isso não entra na conta.

Viomundo - Ainda não entendi porque construir essa usina se a energia é suja, cara e provoca todos esses impactos socioambientais. O Brasil precisa dessa energia ou não?

Bermann - Se o Brasil persistir nessa direção de desenvolvimento econômico, sim. Mas é isso o que precisa ser mudado. No Brasil, 30% da energia gerada é gasta por empresas que consomem muito: fábricas de aço e de alumínio, principalmente. Todas as empresas presentes na Amazônia, e que usam a energia de Tucuruí, são produtoras de alumínio, que é exportado. Então é essa lógica que está por trás disso. Fala-se em crescimento econômico mas a fabricação industrial é direcionada para essa produção e para a exportação.
Seguindo essa lógica, fatalmente o Brasil precisará de energia. O problema que precisa ser aberto para a população brasileira é se a gente quer um crescimento econômico com esse perfil. Ou se com a mesma energia disponível, não podemos produzir produtos que contenham mais tecnologia, mais mão de obra, que tenham maior valor agregado e aí sim, exportá-los. É o que o Japão faz. Na década de 80, todas as indústrias de alumínio foram fechadas. O Japão passou a importar o alumínio, transformá-lo em chips, para então vendê-los com um valor 20 vezes maior do que ele pagou pelo alumínio utilizado. É possível crescer economicamente gastando menos energia, se diversificarmos a nossa matriz energética para que ela não priorize a hidroeletricidade, como ela vem sendo priorizada hoje.

É falsa a idéia de que ela é mais barata do que as outras. Colocado na ponta do lápis, esse custo de 30 bilhões da usina de Belo Monte será financiado pelo BNDES, com o nosso dinheiro, porque as empresas privadas não quiseram entrar. O banco público vai bancar 80% dos investimentos e pagar empresas privadas para construir a usina. E a energia elétrica, muito provavelmente, vai servir para ampliar esse perfil industrial eletro-intensivo. Vai vir alguma coisa para o consumidor residencial brasileiro, mas poderíamos conseguir essa energia diversificando as fontes, não tendo essa idéia de privilegiar grandes blocos de consumo, como esse tipo de indústria faz. A gente tem, na economia brasileira, demonstrações de que existem setores que atendem ao requisito de menor consumo de energia, maior tecnologia e maior incorporação de mão de obra. Então porque não insistir nessa direção?

Viomundo - E quais são esses setores?

Bermann - Por exemplo, a fabricação de aviões. Dentro da pauta de exportação brasileira, é o que mais se sobressai, em termos de receita que advém da venda desses equipamentos. Não dá para persistir na idéia de um país da dimensão do Brasil, com as necessidades sociais que tem, como exportador de soja, de café, de açúcar, de etanol…Exportar aço, celulose, alumínio, é restringir a capacidade que o conhecimento brasileiro tem, a capacidade de trabalho que o país tem de consumir energia de uma forma mais inteligente, de uma forma que degrade menos a força de trabalho de sua gente e o meio ambiente.

Viomundo - Você acha que a sociedade brasileira está a par do que está acontecendo na Amazônia?

Bermann - É fundamental que a discussão das usinas hidrelétricas da Amazônia seja disseminada para que as idéias que hoje justificam essas obras possam passar pelo crivo da sociedade, e não apenas de especialistas, e aí eu me incluo, que mostram seu ponto de vista cientifico do por quê condenar o empreendimento dessas obras. O projeto brasileiro é de construir 28 usinas na região amazônica. Hoje tem quinze, mas de porte são Tucuruí, Balbina e Samuel. Desse conjunto que se pretende, mostra que 80% da capacidade de geração de energia elétrica prevista até 2020 vai vir de 28 usinas hidrelétricas da Amazônia.

E a questão permanece: a que custos sociais e ambientais? Vale a pena? A gente não vai conseguir substituir a necessidade de energia de uma indústria de alumínio com o vento, ou com energia solar. Mas ela consegue suprir de uma forma diversificada parte da necessidade de consumo da população, de atividades de indústria de ponta, ou de comércio e serviços. Não devemos permanecer nessa dependência de grandes usinas hidrelétricas que custam caro, estão numa distância muito grande do consumo e representam do ponto de vista socio- ambiental, pesados óbices para um país como o Brasil aumentar a renda, a geração de emprego e melhorar a qualidade de vida da população.

A renda no Brasil é absurdamente concentrada e os esforços recentes nessa direção ainda são pouco significativos frente à dimensão que hoje se estabelece. Metade da população ganha a mesma renda que 5% dos brasileiros. Isso mostra porque temos problemas de segurança, baixa escolaridade, baixa capacitação de mão de obra para se qualificar e se inserir no mercado de trabalho. É um conjunto de problemas que se verifica e que poderiam ser resolvidos a partir dessa redifinição do que se quer de um país e como a energia pode contribuir numa qualidade de vida mais elevada. O problema é que estamos muito longe dessa direção.

Viomundo - Quais são as alternativas de geração de energia?

Bermann - Para pequena escala serviria energia solar, dos ventos, dos resíduos agrícolas. A política energética atual tem incorporado essas alternativas de uma forma muito tímida, deveria ser multiplicada na sua escala. Alegam que essas energias alternativas são caras mas se a gente considera a hidroeletricidade com todos os problemas que eu apontei e com todos seus custos, elas passam a ser viáveis, e passam a potencialmente poder compor a cesta energética brasileira. Existe uma falsa questão na hidroeletricidade quando ela é comparada aos combustíveis fósseis e não tem uma vírgula sobre isso no projeto de Belo Monte.

Viomundo - Eu estranhei o espaço que a usina de Belo Monte tem tido na mídia, nunca vi a imprensa defender tanto o meio ambiente. Você acha que existe uma questão política por trás dessa discussão?

Bermann - Eu já estive muito próximo do governo Lula. Participei dos primeiros dois anos do governo como assessor de do Ministério de Minas e Energia. E me afastei por ver a direção que o governo Lula tomava e a sua forma de assegurar governabilidade, se aliando ao PMDB, particularmente à figura do senador Sarney.

Isso implicou um redirecionamento político, inclusive nesse comportamento em relação às usinas hidrelétricas. Todo o staff hoje das empresas públicas elétricas é de homens do Sarney. Então a forma da oposição combater politicamente a obra de Belo Monte é em função do que é evidente, dos custos, dos problemas socio-ambientais, para com isso alimentar a crítica, mas que é de fundamento político, à obra. Eu nao vi ainda a oposição dizer que não construiria Belo Monte. Não vi o candidato de oposição se referir à usina de forma incisiva. Então eu vejo que o comportamento da mídia em relação à Belo Monte, que poderia resultar no envolvimento da sociedade com relação à usina e criar condições para que o governo revesse a decisão, foi usado muito na atitude de jogar pedra no telhado de vidro, quando eu suponho que seria o mesmo telhado se tivéssemos outro governo.

Viomundo - Um país subdesenvolvido pode ter um desenvolvimento sustentavel? Quer dizer, um país com tantas necessidades sociais quanto o Brasil pode pensar nesses termos a longo prazo?

Bermann - Deveria. Mas na construção de hidrelétricas, não se pensa no meio ambiente a longo prazo. Enquanto houver minérios na Amazônia, vamos aproveitar. Uma usina hidrelétrica dura até 100 anos. Nos EUA, quando as hidrelétricas já não funcionam mais, estão tentando recuperar a vida do rio, porque a vida do rio morre com a usina hidrelétrica. A água que corria agora fica parada, aumenta sua acidez, diminui o oxigênio, no lago começam a formar macrófitas (algas). São evidências de que a coisa não está indo no bom caminho se a gente pensa a longo prazo. A sociedade não está informada, não participa do processo decisório.

Quem participa são essas pessoas que eu mencionei, com suas teias de interesse já definidas. O deputado que hoje está na frente de uma empresa de geração de energia elétrica pública, ele garante com esse tipo de articulação, caixas de campanha para a próxima eleição. Eles embolsam o dinheiro indiretamente, o que torna impossível de registrar, documentar e ser uma peça importante num processo judicial de apuração de responsabilidades.

Viomundo - O Delfim Netto escreveu coluna na revista CartaCapital argumentando em defesa da construção da usina de Belo Monte. Segundo ele, os não índios na região se beneficiariam com a criação de emprego e a movimentação da economia. Termina a coluna citando uma frase que um jornalista publicou no Estadão : “As questões ambientais ou indígenas são vistas pelos locais como argumentos de quem tem sobrevivência garantida. Não é o caso de boa parte dos 60 mil habitantes de Altamira”.

Bermann - A afirmação do Dep. Delfim Neto apenas confunde. A sobrevivência das populações tradicionais está e sempre esteve em permanente ameaça. A população urbana de Altamira tem vários problemas que não são enfrentados pelo município ou pelo estado. A ausência de políticas públicas acaba conduzindo a população carente a acreditar que a usina seria a redenção para a região. Como já havia sido, décadas atrás, a construção da Transamazônica.

Fonte: Viomundo/Mercado Ético

sexta-feira, 23 de março de 2012

CHEVRON TENTOU INDEVIDAMENTE ALCANÇAR A CAMADA PRÉ-SAL

As petroleiras Chevron e Transocean tentaram indevidamente alcançar a camada pré-sal no campo de Frade, afirma o Ministério Público Federal (MPF). Na denúncia apresentada quarta-feira à Justiça contra as empresas, o procurador da República Eduardo Santos sustenta que elas "buscavam explorar a camada do pré-sal brasileiro, tendo se lançado a perfurar sem condições técnicas e de segurança". As petroleiras negam a acusação.
Para Santos, há "indícios de que não havia a intenção de parar a perfuração enquanto não se atingisse o pré-sal". Na tentativa, teria ocorrido a ruptura de alguma estrutura do poço perfurado, dando origem ao primeiro vazamento, de 7 de novembro.
O procurador conclui que os denunciados devem responder criminalmente por terem tentado produzir petróleo em desacordo com as licenças e autorizações recebidas dos órgãos competentes. "É certo, tal como exposto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que o contrato de concessão dos blocos petrolíferos pertencentes à União cobre as profundidades conhecidas como pré-sal. Entretanto, não é menos certo que a exploração e produção efetiva dos hidrocarbonetos, se demandam atividade maior e mais complexa do que a inicialmente prevista nos instrumentos legais, devem ser comunicadas, avaliadas e especificadas pela ANP previamente", escreveu Santos na denúncia encaminhada à Justiça.
O secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, defendeu ontem que uma parte dos royalties do petróleo seja usada para equipar órgãos de fiscalização. "Além de uma coordenação forte, deve haver uma estrutura poderosa, em parte bancada pelo governo e em parte pelas empresas. Não é admissível que, em uma atividade tão rentável como o petróleo, quem fiscaliza, como o Ibama e a ANP, tenha uma estrutura tão precária de helicópteros e satélites para monitorar. Há um desequilíbrio. Quem dá a licença deve ter equipamentos para fiscalizar", disse o ex-ministro do Meio Ambiente. Minc deverá reunir-se hoje com a direção da ANP.
Fonte: estadao.com.br

quinta-feira, 22 de março de 2012

MUDANÇA NO CÓDIGO FLORESTAL AMEAÇA RECURSOS HÍDRICOS

Malu Ribeiro, coordenadora do programa Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, alerta que a aprovação da nova legislação ambiental causará uma falta de água drástica e critica 'cultura da abundância' que existe no Brasil.
Para que possa ter água é necessário ter florestas.” Foi com esse pensamento que Malu Ribeiro, Coordenadora do Programa Rede das Águas, da ONG SOS Mata Atlântica, apresentou-se aos parlamentares brasileiros nesta quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, para defender a não-aprovação do Novo Código Florestal brasileiro, que, se acatado, poderá acarretar não só em uma perda de biodiversidade, mas também no agravamento da situação dos recursos hídricos de nosso país.

Em entrevista ao Instituto CarbonoBrasil, Malu falou sobre a questão da água como um direito humano universal, criticou a atual situação dos recursos hídricos no Brasil, discutiu o papel do Fórum Mundial da Água e apresentou suas opiniões e esperanças sobre o papel da água na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Instituto CarbonoBrasil: Atualmente, como a senhora vê a questão da água como um direito humano? A água tem se tornado mais acessível?

Malu Ribeiro: Não, acho que a água não está se tornando mais acessível para todos. No Brasil, por exemplo, muitas pessoas só têm acesso à água por ‘gatos’, de forma irregular. Do mesmo jeito que fazem ‘gatos’ para a televisão, fazem ‘gatos’ para a água. Há uma exclusão hídrica, mesmo em grandes cidades onde não há falta de recursos hídricos. Na cesta básica, por exemplo, a água não está incluída. Então a água acaba tendo um custo alto para as pessoas de baixa renda. Ela só é barata para quem está em condições regulares. Mas muitas pessoas não têm essa condição.

ICB: Como a água pode se tornar mais disponível à população, sem isso representar mais desperdícios?

MR: O reconhecimento da água como um direito humano de todos não vai estimular desperdício. As pessoas que não têm acesso à água sabem dar valor a ela. Quando a água é vista como um direito humano, as pessoas passam a entender que esse bem não pertence a ninguém, e que o ciclo hídrico não tem fronteiras. Assim, a água de um rio no norte pode ter consequências no clima do sul, por exemplo. Então, se a água é reconhecida como bem essencial, as pessoas passam a dar valor, passam a entender que a água não tem dono, que é um bem da humanidade. Mas ainda não há essa consciência. É por isso que datas como essa [o Dia Mundial da Água] são importantes para despertar a consciência nas pessoas.

ICB: Você concorda com os que dizem que o Brasil é privilegiado por seus recursos hídricos?

MR: Nesse sentido, o Brasil parece bem, mas não está. Temos muita água, mas ela está sendo poluída. Além disso, nosso país tem a cultura da abundância, então muita água é desperdiçada. Desde pequenos tomamos banho de mangueira, cantamos no chuveiro...O Brasil ainda terá que aprender a usar a água de forma consciente.

 ICB: Em relação à discussão acerca do Código Florestal: a senhora acha que há alguma ligação entre as duas questões? Se o Novo Código for aprovado, o que pode acontecer com nossas fontes hídricas?

MR : O Brasil está tentando passar uma imagem no exterior de que a agricultura pode ajudar a salvar os recursos hídricos e a biodiversidade, mas isso não é verdade.  Se o Novo Código Florestal for aprovado, várias regiões vão enfrentar uma falta de água drástica. Pesquisas mostram que cada 100 hectares de floresta armazenam 10 milhões de litros d’água. Se o Novo Código Florestal permitir que sejam diminuídos, por exemplo, 50% de uma área de preservação, 50% da água também será perdida. A aprovação de mais desmatamento potencializará eventos extremos, tanto enchentes quanto secas. Isso já foi provado cientificamente por várias entidades.  Um grande número de pessoas estará condenada à falta d’água. Para que possa ter água é necessário ter florestas.

ICB: Qual é a sua opinião sobre a privatização de recursos hídricos? A senhora acha que há benefícios ou vantagens em tratar a água como commodity?

MR: As pessoas costumam confundir o conceito de colocar um preço na água com privatizá-la. Dotar a água de valor econômico não significa privatizá-la. O que significa é que se você gastar muito, você pagará mais. Isso faz com que se invista em novas tecnologias para evitar o desperdício. A água já é uma commodity, não dá para fingir que não. Isso é a realidade. Não dá para ter esse purismo. Já a privatização não traz benefícios, pois visa o lucro das empresas que passam a possuir a água. O que se precisa fazer é criar uma boa gestão. Se não houver um preço, as pessoas não vão economizar.

ICB: Como a senhora vê o Fórum Mundial da Água? A senhora concorda com alguns críticos que afirmam que esse evento incentiva grandes empresas e governos a venderem a água?

MR: Eu tive a oportunidade de ir a todos os fóruns, e vejo que o Fórum Mundial da Água é um evento privado, mas é também um espaço de diálogo. É um espaço para reconhecer a água como bem universal, que deve ser disponível a todos. Por isso mesmo, não se pode proibir as empresas privadas de utilizarem a água, desde que elas utilizem esse bem com responsabilidade. O importante é saber como utilizá-la. Por exemplo, uma empresa de cerveja tem direito de utilizar a água para seus propósitos, desde que não retire a água de suas utilizações mais primordiais, como o consumo básico da população. É importante garantir a água para todos.

ICB: Sobre a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), quais são as suas perspectivas em relação aos recursos hídricos? O que podemos esperar da conferência nesse sentido?

MR: Os documentos que estão sendo redigidos para a Rio+20 são muito diplomáticos. Isso acontece para não haver tensões, então eles criam documentos mais brandos. Acho que o Capítulo 18 da Agenda 21 da ONU, que trata do acesso à água, precisa ser reescrito. A água tem que ser um tema de destaque na Rio+20, e não um assunto periférico. Tenho esperança que isso aconteça para que as decisões nesse sentido possam tirar o Brasil desses índices medievais que ele apresenta com relação à acessibilidade à água.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil

quarta-feira, 21 de março de 2012

DECRETADA EMERGÊNCIA AMBIENTAL EM 18 ESTADOS

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou portaria publicada na edição de ontem (20/03) no Diário Oficial da União que declara estado de emergência ambiental em 18 estados. São eles: Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Tocantins, Bahia, Pará, Piauí, Ceará, Pernambuco e Roraima.

 A medida foi tomada diante da constatação de que há ameaça de queimadas e incêndios florestais que ocorrem no período da seca. A portaria selecionou o período de alto risco ambiental em um ano. Tem início em abril deste ano e vai até abril de 2013.

 A publicação leva em conta os compromissos internacionais do Brasil, as metas estabelecidas no Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental (PNAPA) e a recomendação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) de fortalecer uma política integrada de combate aos incêndios florestais. A portaria especifica também a necessidade de contratar brigadistas em caráter emergencial, a cargo do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 "É com base nessa portaria que o Ibama contrata os brigadistas", afirmou o diretor do Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires. "A portaria indica as áreas emergenciais para a prevenção e combate à incêndiosflorestais e é essencial para a logística."


Fonte: MMA


terça-feira, 20 de março de 2012

EMISSÕES PODEM AUMENTAR 50% ATÉ 2050, AFIRMA OCDE.

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico alerta que inação climática poderá fazer com que consumo de energia cresça 80% em quarenta anos, o que pode levar a uma elevação na temperatura de até 6°C.

Na última semana, um novo relatório publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirmou mais uma vez as estimativas pessimistas sobre o clima do planeta: caso não haja uma mudança nas políticas ambientais e energéticas mundiais, corremos o risco de sofrer com um grande aumento nas emissões e, consequentemente, com uma elevação da temperatura maior do que o esperado.

O documento, intitulado Panorama ambiental da OCDE para 2050: as consequências da inação, releva que “a menos que o mix global de energia mude, os combustíveis fósseis fornecerão cerca de 85% da demanda de energia em 2050, implicando em um aumento de 50% nas emissões de gases do efeito estufa e piorando a poluição urbana do ar”.

De acordo com a análise, a economia global deve quadruplicar até 2050, o que pode ocasionar um aumento de 80% no consumo global de energia em relação aos níveis atuais. No entanto, se não houver grandes alterações nas políticas energéticas de hoje, o mix de energia deve mudar pouco, continuando a depender primordialmente das fontes fósseis.

Esse aumento no consumo de energia afetará, consequentemente, as emissões, o que levará a uma elevação na temperatura global maior do que os dois graus Celsius previstos pelos cientistas como sendo o limite para evitar os impactos mais catastróficos das mudanças climáticas. Segundo a OCDE, com a atual tendência no consumo energético e nas emissões, a elevação nas temperaturas deve ficar entre os três e os seis graus Celsius até 2100.

Mas não é apenas o clima que será afetado. O relatório indica que a inação pode causar uma perda de 10% na biodiversidade mundial. Além disso, com um aumento na demanda hídrica de 55% para suprir uma população que deve atingir nove bilhões em 2050, o documento calcula que cerca de 40% das pessoas devem passar a viver em áreas de estresse hídrico, ou seja, em que a demanda de água é maior do que a oferta.

E essas não são as únicas más notícias da análise. A OCDE aponta ainda que com o aumento das emissões, as mortes prematuras por exposição à poluição devem dobrar para 3,6 milhões por ano e os custos para mitigar os riscos climáticos devem aumentar em 50%.
“A mensagem chave é que os governos não podem escolher partes [para resolver]. Faça um trabalho ruim na energia e isso atingirá você na água ou na biodiversidade”, observou Simon Upton, diretor ambiental da OCDE.

Para tentar combater essas tristes previsões, o relatório sugere que as ações climáticas devam começar já em 2013, com a implementação de mercados globais de carbono, substituição das fontes fósseis de energia por alternativas mais limpas, estímulo ao desenvolvimento de tecnologias para redução das emissões como a captura e o armazenamento de carbono (CCS), imposição de taxas às emissões, extinção dos subsídios aos combustíveis fósseis etc.

O documento aconselha também a criação de padrões e regulamentações mais eficientes com o intuito de promover as inovações verdes. “Os governos têm que mandar sinais que afetem os investimentos em longo prazo. Sem um sinal de preço de longo prazo que suba constantemente, você não vai ter investidores seguindo o caminho certo. Para além de 2020 podemos fazer uma diferença real, mas precisamos investir agora”, comentou Upton.

E segundo o relatório, agir agora em relação às políticas climáticas causará, por exemplo, muito menos impacto financeiro: atualmente, uma precificação global do carbono para reduzir as emissões em cerca de 70% até 2050 diminuiria o crescimento econômico em apenas 0,2% por ano, custando somente 5,5% do PIB global.

Por fim, a OCDE recomenda que se façam parcerias público-privadas para desenvolver ações climáticas, e que o setor privado inclua os riscos climáticos em suas estratégias de longo prazo. “Se [as empresas] não estão pensando na eficiência de recursos, e se elas não estão pensando em como elas vão fazer negócios em um mundo com recursos muito mais escassos, elas podem ficar fora dos negócios. A primeira vantagem vai ser das indústrias que lerem estes sinais e tomarem atitudes para se colocarem na linha de frente”, alertou o diretor ambiental.

No entanto, as esperanças, por enquanto, não são muitas: um novo acordo climático internacional é improvável pelo menos até 2020 e as medidas existentes não estão conseguindo sequer manter as emissões estáveis, o que coloca em risco o êxito das atuais promessas no corte de carbono.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/OCDE

segunda-feira, 19 de março de 2012

GOVERNO PODE MANTER CÓDIGO FLORESTAL ATUAL

Depois de tantas discussões acerca do novo Código Florestal, o governo federal está considerando outra possibilidade para resolver a questão: manter o atual código, de 1965, revelou o jornal Folha de São Paulo.

Segundo o diário, para flexibilizar as leis do atual código para os pequenos produtores, o governo preparou dois decretos que aumentam os prazos para a recomposição de áreas florestais desmatadas em pequenas propriedades e permitem o cultivo de café, maçã e uva nas encostas que são Áreas de Preservação Permanente (APPs) , que foi o que justificou a proposta de reforma do código, em 2009.

“Se eles fizerem uma reedição do decreto dando segurança jurídica ao pequeno produtor, podem descomprimir a tensão dos ruralistas”, declarou Sarney Filho, deputado do PV-MA, ao periódico.

O deputado referiu-se ao decreto de 2008 que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais e atribui multa ao descumprimento da Lei das Florestas. A implementação do decreto está sendo suspensa há três anos, e a última prorrogação vale até o dia 11 de abril. A presidente Dilma Rousseff já advertiu, no entanto, que não pretende adiar a aplicação do decreto novamente, o que permitirá que as multas sejam cobradas.

De acordo com o site O Eco, a possibilidade de manter o atual Código Florestal é um aviso aos parlamentares de que o governo prefere aprovar o texto do Senado, e não o que passou pela Câmara, mais permissivo aos desmatadores.

O site estima que, em vez do veto, o governo também poderá adiar a votação do novo código para depois de abril ou até mesmo para depois da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontecerá no Rio de Janeiro em junho deste ano.

Críticas internacionais

O debate sobre o Código Florestal brasileiro não é uma exclusividade de nosso país; a discussão já ultrapassou nossas fronteiras e alcançou diversos grupos nacionais e internacionais fora dos limites do Brasil, que questionam a aprovação da nova lei.
Na terça-feira (13 de março), no Fórum Mundial da Água, que acontece em Marselha, na França dos dias 12 a 17, um grupo de ambientalistas e políticos brasileiros protestou contra a aprovação do novo código.

Após o discurso de Kátia Abreu, senadora do PSD-TO, grande apoiadora da nova lei, o grupo teve a ideia de instalar um grande copo de plástico em forma de troféu no meio do estande do Brasil no encontro, para simbolizar a entrega de um ‘copo vazio’ para quem defende a nova legislação.

Já na quarta-feira (14 de março), um grupo de parlamentares europeus enviou à presidente Dilma uma carta criticando a posição do governo brasileiro em relação à mudança no Código Florestal. O texto dos europeus alega que a nova lei beneficiará o agronegócio mas terá um alto custo para o Brasil e para o mundo.

“Esse retrocesso dramático vai impactar muitos milhões de hectares de floresta valiosa, com consequentes emissões de gases do efeito estufa em escala colossal, aumento de erosão do solo, de risco de inundações e deslizamento de terra e dos custos da produção agrícola”, afirma a carta.

O texto, conduzido por Daniel Cohn-Bendit, líder do grupo verde do Parlamento Europeu, e assinado também pela presidente do Partido Verde europeu, pelo prefeito de Montreuil, na França, e por dois economistas, lembra também que o programa eleitoral de Dilma “prometeu evitar o enfraquecimento da legislação florestal”.

Por fim, Cohn-Bendit pede que a presidente vete as alterações no código, visando corresponder à imagem do país como comprometido com as questões ambientais. “Apelo para que você use sua influência para evitar a suavização da legislação florestal. Confio que vá manter sua palavra e proteger as florestas brasileiras e o clima do mundo”, conclui.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/O Eco/Folha de S. Paulo