domingo, 20 de novembro de 2011

Concentração de GEEs na atmosfera aumentou, diz NOAA.


Reforçando dados recentes de que as emissões mundiais vêm subindo, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos constatou que a presença de gases do efeito estufa na atmosfera cresceu 2% em 2010.
 
Na última semana, dois relatórios destacaram o ritmo crescente das emissões de gases do efeito estufa (GEEs). O primeiro foi publicado pelo Departamento de Energia dos EUA e afirma que os níveis de dióxido de carbono (CO2) subiram 6% em 2010. Em seguida, foi a vez da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) divulgar um documento no qual demonstra que a intensidade global de carbono aumentou 5,8% no ano passado.

Agora, é a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazer o alerta de que a concentração de GEEs na atmosfera cresceu 2% entre 2009 e 2010. Desde 1990, a concentração desses gases subiu 29%.

O nível de CO2, por exemplo, chegou a 389 partes por milhão (ppm), contra 386ppm no ano anterior. Antes da Revolução industrial, no fim do século XIX, a concentração de CO2 era de apenas 280ppm. A taxa média de crescimento do CO2 foi de 1,68ppm anuais nos últimos 31 anos, sendo que esse ritmo vem se acelerando. Em 1995, a taxa estava em 1,43ppm e já no ano seguinte passou para 1,94ppm.

Esses dados estão disponíveis no Índice Anual de Gases do Efeito Estufa (AGGI), que o NOAA publica desde 2004, mas que já detalhou informações até o ano de 1978. 

“Qualquer um que observe essas informações percebe que não estamos sendo bem sucedidos nos esforços mundiais para cortar as emissões. O aumento na concentração de GEEs indica que as mudanças climáticas serão um problema que teremos que lidar ainda por um logo tempo”, afirmou Jim Butler, diretor da divisão de monitoramento global do NOAA.

Os gases acompanhados pelo índice são os mais ligados com o aquecimento global; dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e dois clorofluorcarbonos (CFC11 e CFC 12). 

Os níveis de metano subiram pelo quarto ano consecutivo depois de ficarem constantes por quase 10 anos. No ano passado foi registrada uma concentração de 1799 partes por bilhão (ppb) de metano na atmosfera, contra 1794ppb em 2009 e 1714ppb em 1990.

Apenas os CFCs vêm caindo, de forma lenta, mas constante. Segundo o NOAA, isto se deve às medidas estipuladas pelo Protocolo de Montreal em 1989 para combater o buraco na camada de ozônio.

Para chegar a esses números os pesquisadores norte-americanos coletaram amostras do ar de mais de 100 locais do planeta em intervalos semanais.

“O aquecimento global tem o potencial de prejudicar muitos aspectos da nossa sociedade, como acesso à água, produção de alimentos, perda de espécies e aumentar a frequência e a intensidade de desastres climáticos. Vamos continuar a monitorar esses gases para melhorar o nosso entendimento sobre os impactos deles no planeta”, concluiu Butler.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/NOAA

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