Hidroelétricas instaladas em regiões tropicais
emitem mais gases do efeito estufa do que suas contrapartes em países
temperados, mas ainda assim costumam ser tratadas como uma solução para as
mudanças climáticas, alerta um estudo publicado
no periódico Nature Climate Change.
O problema, argumentam Philip Fearnside e Salvador Pueyo, é resultado de erros nos cálculos de companhias de energia. Os autores destacam a Eletrobrás, que no momento é responsável pela construção de diversas hidroelétricas.
“Vários erros matemáticos tem resultado em estimativas equivocadas das autoridades brasileiras para as emissões dos reservatórios, apenas 25% do total de emissões está sendo considerado”, escreveram os atores. No caso da Eletrobrás, as estimativas deveriam ser 345% mais altas.
“O mito de que as hidroelétricas produzem energia limpa não pode mais ser sustentado”, afirmou Fearnside.
Represas nos trópicos possuem duas fontes principais de emissões: a liberação do carbono que estava armazenado pelo solo e pela vegetação e a liberação de metano que é formado quando a matéria orgânica se decompõe. A emissão de metano é facilitada pela ação das turbinas das hidroelétricas, que movimentam o fundo dos reservatórios.
“O reservatório, graças à ação de algas e plâncton, age literalmente como uma fábrica de metano, continuamente removendo carbono da atmosfera e liberando metano, gás que possui um impacto muito maior para o aquecimento global.”
Fearnside e Pueyo ressaltam a urgência do problema ao afirmar que o Brasil planeja construir outras 30 hidroelétricas na Amazônia Legal até 2020, inclusive a polêmica Belo Monte que inundará dezenas de milhares de hectares e obrigará a remoção de 20 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas. A Eletrobrás planeja construir ainda mais de uma dúzia de hidroelétricas no Peru e em outros países amazônicos.
Novas usinas não estão apenas limitadas à Amazônia. Países na região do rio Mekong estão construindo dezenas de usinas, também na Malásia existem planos para uma série de hidroelétricas em áreas de florestas tropicais, desalojando comunidades.
É possível reduzir os impactos das hidroelétricas diminuindo o tamanho do reservatório e capturando as emissões de metano. Mas nenhuma dessas alternativas conserta os conflitos sociais que acontecem ao obrigar pessoas a saírem de suas casas.
Fonte: Mongabay - Citação: Philip M. Fearnside and Salvador Pueyo. Greenhouse gas emissions from tropical dams. NATURE CLIMATE CHANGE | VOL 2 | JUNHO 2012
O problema, argumentam Philip Fearnside e Salvador Pueyo, é resultado de erros nos cálculos de companhias de energia. Os autores destacam a Eletrobrás, que no momento é responsável pela construção de diversas hidroelétricas.
“Vários erros matemáticos tem resultado em estimativas equivocadas das autoridades brasileiras para as emissões dos reservatórios, apenas 25% do total de emissões está sendo considerado”, escreveram os atores. No caso da Eletrobrás, as estimativas deveriam ser 345% mais altas.
“O mito de que as hidroelétricas produzem energia limpa não pode mais ser sustentado”, afirmou Fearnside.
Represas nos trópicos possuem duas fontes principais de emissões: a liberação do carbono que estava armazenado pelo solo e pela vegetação e a liberação de metano que é formado quando a matéria orgânica se decompõe. A emissão de metano é facilitada pela ação das turbinas das hidroelétricas, que movimentam o fundo dos reservatórios.
“O reservatório, graças à ação de algas e plâncton, age literalmente como uma fábrica de metano, continuamente removendo carbono da atmosfera e liberando metano, gás que possui um impacto muito maior para o aquecimento global.”
Fearnside e Pueyo ressaltam a urgência do problema ao afirmar que o Brasil planeja construir outras 30 hidroelétricas na Amazônia Legal até 2020, inclusive a polêmica Belo Monte que inundará dezenas de milhares de hectares e obrigará a remoção de 20 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas. A Eletrobrás planeja construir ainda mais de uma dúzia de hidroelétricas no Peru e em outros países amazônicos.
Novas usinas não estão apenas limitadas à Amazônia. Países na região do rio Mekong estão construindo dezenas de usinas, também na Malásia existem planos para uma série de hidroelétricas em áreas de florestas tropicais, desalojando comunidades.
É possível reduzir os impactos das hidroelétricas diminuindo o tamanho do reservatório e capturando as emissões de metano. Mas nenhuma dessas alternativas conserta os conflitos sociais que acontecem ao obrigar pessoas a saírem de suas casas.
Fonte: Mongabay - Citação: Philip M. Fearnside and Salvador Pueyo. Greenhouse gas emissions from tropical dams. NATURE CLIMATE CHANGE | VOL 2 | JUNHO 2012
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