Uma nova pesquisa das universidades de Lapland, na Finlândia, e de Oxford, na Inglaterra, publicada no dia 3 de Jundo, no período Nature Climate Change revelou que partes da tundra da região Ártica estão se transformando em floreta boreal, o que pode alterar toda a constituição do ecossistema da região e ameaçar milhares de espécies que vivem no local.
Cientistas das duas universidades analisaram uma área de 100 mil quilômetros quadrados – aproximadamente o tamanho da Islândia – que vai da Sibéria até a Finlândia, e, através de dados obtidos por observações de satélite, descobriram que em 8% a 15% da área árvores como amieiros e salgueiros cresceram mais de dois metros nos últimos 30-40 anos.
“É uma grande surpresa que essas plantas estejam reagindo dessa forma. Anteriormente as pessoas pensavam que a tundra seria colonizada por árvores da floresta boreal ao sul à medida que o clima ártico esquentasse, um processo que potencialmente poderia levar séculos”, comentou Marc Macias-Fauria, pesquisador da Universidade de Oxford e o principal autor do relatório.
“Mas o que descobrimos é que os arbustos que já estão lá estão se transformando em árvores em apenas algumas décadas”, acrescentou Macias-Fauria. Bruce Forbes, do Centro Ártico da Universidade de Lapland e outro dos autores do trabalho, também se mostrou impressionado com o resultado. “A velocidade e magnitude dessa mudança observada é muito maior do que o esperado”, observou.
As descobertas, além de alertarem para a mudança na composição do ecossistema do local, também mostram que esse processo pode levar a variações maiores, como a alteração dos padrões climáticos. Segundo os cientistas, a transformação da tundra em florestas é importante, já que altera o efeito albedo – a quantidade de luz solar refletida pela superfície da Terra.
O mecanismo funciona mais ou menos assim: à medida que os arbustos da tundra se transformam em árvores, a região tomada pela vegetação cresce. Essa área, por ser escura, absorve mais calor do que os arbustos da tundra ou a neve que cobre essa vegetação, o que contribui para que haja uma mudança no clima regional, e, em longo prazo, pode também alterar o clima em maiores proporções.
Essa mudança no clima, por sua vez, afetará todo o desenvolvimento do bioma da tundra, aumentando a área do ecossistema boreal, mas diminuindo a área do ecossistema da tundra. Isso poderá colocar em perigo diversas espécies que vivem no local, declarou o relatório do estudo.
“Esse aumento médio de 19,8% da biomassa da superfície tem grande implicações nos ecossistemas da tundra ártica, incluindo sua hidrologia, permafrost e vida selvagem, e em como os humanos exploram as paisagens árticas. A vegetação mais alta e densa usa mais carbono da atmosfera, muda a quantidade e composição da forragem para animais de pastoreio e também altera a divisão e distribuição de energia e calor na superfície da terra”.
Apesar de a pesquisa ter sido desenvolvida somente em uma pequena porção da tundra ártica, os cientistas afirmam que os resultados indicam que as mudanças registradas também podem ocorrer em regiões onde o clima e o bioma sejam similares aos da área estudada.
“É claro que essa é apenas uma parte pequena da vasta tundra ártica e uma área que já é mais quente do que o resto do Ártico, provavelmente devido à influência do ar quente da Corrente do Golfo. No entanto, essa área realmente parece ser um termômetro para o resto da região, ela pode nos mostrar o que provavelmente pode acontecer ao resto do Ártico em um futuro próximo se essas tendências de aquecimento continuarem”, concluiu Macias-Fauria.
Fonte: Instituto CarbonoBrasil
“É uma grande surpresa que essas plantas estejam reagindo dessa forma. Anteriormente as pessoas pensavam que a tundra seria colonizada por árvores da floresta boreal ao sul à medida que o clima ártico esquentasse, um processo que potencialmente poderia levar séculos”, comentou Marc Macias-Fauria, pesquisador da Universidade de Oxford e o principal autor do relatório.
“Mas o que descobrimos é que os arbustos que já estão lá estão se transformando em árvores em apenas algumas décadas”, acrescentou Macias-Fauria. Bruce Forbes, do Centro Ártico da Universidade de Lapland e outro dos autores do trabalho, também se mostrou impressionado com o resultado. “A velocidade e magnitude dessa mudança observada é muito maior do que o esperado”, observou.
As descobertas, além de alertarem para a mudança na composição do ecossistema do local, também mostram que esse processo pode levar a variações maiores, como a alteração dos padrões climáticos. Segundo os cientistas, a transformação da tundra em florestas é importante, já que altera o efeito albedo – a quantidade de luz solar refletida pela superfície da Terra.
O mecanismo funciona mais ou menos assim: à medida que os arbustos da tundra se transformam em árvores, a região tomada pela vegetação cresce. Essa área, por ser escura, absorve mais calor do que os arbustos da tundra ou a neve que cobre essa vegetação, o que contribui para que haja uma mudança no clima regional, e, em longo prazo, pode também alterar o clima em maiores proporções.
Essa mudança no clima, por sua vez, afetará todo o desenvolvimento do bioma da tundra, aumentando a área do ecossistema boreal, mas diminuindo a área do ecossistema da tundra. Isso poderá colocar em perigo diversas espécies que vivem no local, declarou o relatório do estudo.
“Esse aumento médio de 19,8% da biomassa da superfície tem grande implicações nos ecossistemas da tundra ártica, incluindo sua hidrologia, permafrost e vida selvagem, e em como os humanos exploram as paisagens árticas. A vegetação mais alta e densa usa mais carbono da atmosfera, muda a quantidade e composição da forragem para animais de pastoreio e também altera a divisão e distribuição de energia e calor na superfície da terra”.
Apesar de a pesquisa ter sido desenvolvida somente em uma pequena porção da tundra ártica, os cientistas afirmam que os resultados indicam que as mudanças registradas também podem ocorrer em regiões onde o clima e o bioma sejam similares aos da área estudada.
“É claro que essa é apenas uma parte pequena da vasta tundra ártica e uma área que já é mais quente do que o resto do Ártico, provavelmente devido à influência do ar quente da Corrente do Golfo. No entanto, essa área realmente parece ser um termômetro para o resto da região, ela pode nos mostrar o que provavelmente pode acontecer ao resto do Ártico em um futuro próximo se essas tendências de aquecimento continuarem”, concluiu Macias-Fauria.
Fonte: Instituto CarbonoBrasil
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